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Desenvolvimento de agenda de sustentabilidade requer tempo, diz diretora do BC

A diretora de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, disse nesta quarta-feira, 3, que é preciso acompanhar as alterações ligadas à sustentabilidade, mas também oferecer um tempo para que os agentes possam acompanhar essas mudanças. “Entendemos que o desenvolvimento de uma agenda de sustentabilidade requer algum tempo e, portanto, requer um cronograma gradual para uma implementação viável”, afirmou.

Como exemplo, ela explicou que, na divulgação de riscos ESG, o BC brasileiro solicitará de instituições financeiras primeiro informações qualitativas e, em um estágio posterior, informações quantitativas. Ela participa do painel “Finance Day Presidency Event: A Financial System for Net Zero”, na Convenção do Clima (COP26), em Glasgow, na Escócia. Fernanda substitui o presidente Roberto Campos Neto nesta parte do evento, que desistiu de viajar ao Reino Unido em razão de uma lesão muscular.

“Ainda no campo regulatório, uma das mais importantes ações em andamento do BCB é a implementação de um Escritório de Crédito Rural Sustentável, o Green Bureau”, comentou.

A diretora citou várias medidas tomadas pelo BC relacionadas ao tema nos últimos anos. Disse também que o Banco Central brasileiro já trabalha com testes de estresse sustentável em linha com as práticas internacionais. “Principalmente na última década, o BC editou diversos regulamentos com o objetivo de iniciar a integração de fatores sociais e ambientais na análise de risco de instituições financeiras.”

Fernanda também mencionou que em setembro de 2020 o BC lançou uma ampla agenda da sustentabilidade como um pilar adicional de sua agenda estratégica para o desenvolvimento do sistema financeiro, a AgendaBC #. “Com nossa Agenda de Sustentabilidade, pretendemos liderar pelo exemplo no setor financeiro brasileiro sistema e entregar resultados concretos à sociedade, em linha com as melhores práticas”, disse.

Sobre o futuro, a diretora comentou que a transição climática provavelmente representará custos e desafios crescentes para a economia e a sociedade. “Para enfrentar essa transição de forma mais adequada, o BC apoiará o desenvolvimento de instrumentos adequados de mercado financeiro, uma vez que esses instrumentos são capazes de promover uma alocação de recursos mais eficiente”, disse. “Nossa Agenda de Sustentabilidade é extensa, mas de forma alguma exaustiva”, completou.

Por Célia Froufe

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Estadão Conteúdo

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