O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 0,64% em outubro, após cair 0,64% em setembro, informou nesta quinta-feira, (28), a Fundação Getulio Vargas. O resultado ficou acima do teto das estimativas do mercado coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,61%. A mediana da pesquisa indicava alta de 0,30%.
Com o resultado, o IGP-M acumulado em 12 meses desacelerou de 24,86% em setembro para 21,73% em outubro, acima da mediana da pesquisa, de 21,36%. Em 2021, o índice acumula inflação de 16,74%.
A aceleração do IGP-M foi puxada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que saiu de deflação de 1,21% em setembro para alta de 0,53% em outubro. O índice avança 26,0% em 12 meses e 19,78% no acumulado de 2021.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) arrefeceu de 1,19% para 1,05% no período e acumula inflação de 9,50% em 12 meses e de 7,41% em 2021. O indicador acumula alta de 9,50% em 12 meses e de 7,41% no ano.
O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) acelerou de 0,56% em setembro para 0,80% em outubro, como informou a FGV nesta terça-feira, 26. O indicador acumula alta de 15,35% em 12 meses e de 12,88% em 2021.
Eletricidade puxa desaceleração do IPC-M
A desaceleração do IPC-M foi puxada pela descompressão do grupo Habitação (2,0% para 1,04%), sustentada pelo arrefecimento da tarifa de eletricidade residencial (5,75% para 2,90%).
Além de Habitação, também mostraram desaceleração nas taxas entre setembro e outubro os grupos Transportes (1,31% para 1,07%), puxado pela gasolina (2,77% para 2,05%), e Saúde e Cuidados Pessoais (0,38% para 0,22%), influenciado por artigos de higiene e cuidado pessoal (0,67% para 0,28%).
Em contrapartida, a FGV apurou aceleração em Educação, Leitura e Recreação (1,85% para 2,93%), com passagem aérea (16,22% para 22,84%); Vestuário (0,31% para 0,65%), puxado por calçados (0,36% para 1,15%); Alimentação (1,10% para 1,21%), com contribuição de hortaliças e legumes (1,57% para 8,28%); Comunicação (0,21% para 0,40%), devido à tarifa de telefone residencial (0,13% para 3,91%); e Despesas Diversas (0,28% para 0,29%), pela aceleração de cigarros (0,48% para 1,13%).
Influências individuais
As maiores pressões para baixo sobre o IPC-M de outubro partiram dos itens perfume (-0,69% para -0,86%), arroz (-0,97% para -1,19%), cebola (-3,70% para -4,97%), acém (0,13% para -1,33%) e alface (-0,07% para -3,58%).
Na outra ponta, puxaram o índice para cima tomate (0,65% para 20,93%) e gás de botijão (2,47% para 3,61%), além de passagem aérea, tarifa de eletricidade residencial e gasolina.
IPA-M
Nas aberturas por origem dos produtos, os preços ao produtor industrial medidos pelo IPA-M Industrial inverteram o sinal do mês anterior (-2,02% para 0,66%). O IPA-M agropecuário se manteve em campo positivo, mas desacelerou de 0,77% em setembro para 0,21% nesta leitura.
Com o resultado, o IPA-M industrial acumula inflação de 20,66% em 2021 e sobe 26,04% nos 12 meses encerrados em outubro. Os preços agropecuários avançam 17,69% no ano e 25,90% em 12 meses.
Nas aberturas por estágios de processamento, as matérias-primas brutas desaceleraram a deflação e recuaram 1,87% em outubro, após terem cedido 5,74% em setembro. O grupo sobe 12,45% no ano e 17,87% em 12 meses.
Os bens finais desaceleraram de 1,62% para 1,08% no período, puxados pelo subgrupo alimentos processados (1,83% para 0,92%). Os bens intermediários aceleraram de 1,66% para 2,65%, devido ao avanço da taxa de combustíveis e lubrificantes (0,02% para 5,29%).
Os bens intermediários acumulam alta de 32,49% em 2021 e de 40,44% em 12 meses. Para os bens finais, as taxas são de 15,89% no acumulado de janeiro a outubro e de 21,49% em 12 meses.
Óleo diesel (0,00% para 6,61%), café em grão (8,33% para 10,19%) e adubos ou fertilizantes (3,15% para 9,02%) foram os itens que mais contribuíram para a alta do IPA-M de outubro. Cana-de-açúcar (1,43% para 2,93%) e mandioca (3,36% para 8,05%) completam a lista.
Em contrapartida, minério de ferro (-21,74% para -8,47%), bovinos (-1,55% para -5,92%) e milho em grão (-3,18% para -4,52%) ajudaram a limitar o avanço do índice, seguidos por feijão em grão (2,07% para -3,90%) e ovos (-0,79% para -1,64%).
Por Cícero Cotrim e Guilherme Bianchini
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