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BC: Para próxima reunião, Copom antevê outro ajuste da mesma magnitude

Após acelerar o ritmo do aperto monetário ao elevar a Selic em 1,50 ponto porcentual, para 7,75% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou que deve fazer um novo ajuste de mesma magnitude na próxima reunião, em dezembro. Com isso, a taxa básica de juros encerraria o ano em 9,25% ao ano.

“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, repetiu o BC.

Após subir a Selic em 1,00 p.p. na reunião de setembro, o Copom também havia sinalizado a intenção de manter o “plano de voo” com novo ajuste de 1,00 ponto em outubro. De lá para cá, porém, o cenário mudou, com a alta persistente da inflação e a manobra do governo na semana passada para alterar a regra do teto de gastos, comprometendo a âncora fiscal.

No comunicado desta quarta-feira (27), o colegiado foi enfático ao reconhecer que essa alteração nos rumos fiscais pesou na decisão de apertar o passo na alta da Selic, apesar do desempenho mais positivo das contas públicas nos últimos meses.

“O Comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico”, destacou o Copom.

Mesmo com essa alteração de cenário, o BC manteve seu balanço de riscos com fatores em ambas as direções. Por um lado – de inflação menor -, o Copom voltou a citar uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local. Por outro lado – de inflação maior -, o Copom voltou a citar que novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia, que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal, podem elevar os prêmios de risco do país.

Por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues

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Estadão Conteúdo

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