Política

Guedes chama Funchal e Bittencourt de ‘jovens’ e diz que saída é ‘natural’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira em pronunciamento à imprensa que o pedido de demissão do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seus adjuntos, chamados pelo ministro de “jovens”, é algo “natural”.

“Nossos secretários que pediram pra sair, é algo natural”, declarou Guedes, ao lado do presidente Jair Bolsonaro. “Entendemos os mais jovens que dizem que não pode furar o teto.”

Na quinta, após o governo fechar acordo para alterar o teto de gastos como forma de viabilizar o pagamento de R$ 400 no Auxílio Brasil, Funchal, Bittencourt e seus adjuntos pediram exoneração de seus cargos por não concordarem com a mudança na regra, considerada âncora fiscal do País.

‘A verdade vos libertará’

Apesar de tentar defender a manobra no teto de gastos para viabilizar o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil em 2022, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez questão de enfatizar que a ideia não partiu da equipe econômica. Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro citou uma frase muito usada pelo presidente para sinalizar que a mudança na regra fiscal partiu da ala política do governo.

“A verdade vos libertará. A ideia de mexer teto veio de outro lugar. A preferência da economia era manter o teto e pedir uma autorização para gastar um pouco mais, ali ao lado. Mas, tecnicamente, (a mudança no teto) é defensável”, admitiu o ministro.

Guedes mais uma vez minimizou o impacto do pedido de R$ 30 bilhões em gastos extras, fora do teto, que era o desejo original da Economia. “Mas estamos falando de R$ 30 bilhões. Em um País que gastou R$ 700 bilhões no primeiro ano (2020), e um pouco mais de R$ 100 bilhões no segundo ano (2021). E gastando agora com o déficit declinando e as despesas em porcentagem do PIB declinando”, argumentou.

O ministro também reconheceu falhas de comunicação da equipe econômica, mas reclamou da pressão da ala política por mais recursos quando ele estava fora do Brasil, na reunião do G-20. “Houve de certa forma uma pressão, e seria melhor isso acontecer mais organizadamente. Seria melhor que nós da Economia já tivéssemos conseguido acertar a coisa antes. Se quando eu estivesse fora a ala política não pressionasse por recursos”, desabafou. “Mas gostaria de agradecer ao presidente Bolsonaro pela confiança e ao relator da PEC dos Precatórios, deputado Hugo Motta, por ter feito o trabalho dentro do espírito original da proposta”, completou.

Por Eduardo Gayer, Lorenna Rodrigues, Thais Barcellos e Eduardo Rodrigues

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Estadão Conteúdo

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