Taxas do Tesouro Direto sobem com risco fiscal e cautela no exterior

As taxas de retorno dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto subiam nesta segunda-feira (18), diante do clima de cautela predominante no exterior após a divulgação do crescimento do PIB e da produção industrial na China.

O PIB chinês cresceu 4,9% no terceiro trimestre na comparação anual, abaixo das projeções, que indicavam alta de 5,1%, enquanto a produção industrial teve expansão anual de 3,1% em setembro, ante expectativa de alta de 3,8%. Esses dados indicam uma desaceleração da economia chinesa, preocupando investidores ao redor do globo. Diante desse cenário, os juros dos Treasuries subiam e o dólar se valorizava ante o real.

No cenário doméstico, entra no radar dos investidores a declaração de “estado de greve” dos caminhoneiros no último sábado (16). Representantes da categoria reivindicam medidas como o cumprimento do valor mínimo do frete, aposentadoria especial e mudanças na política de preços do diesel. Os caminhoneiros informam que, caso não tenham suas reivindicações acatadas, irão paralisar o País no dia 1° de novembro.

Na política, merece destaque a discussão da PEC dos precatórios, vista pelo governo como uma maneira de abrir espaço no orçamento para a aprovação do programa social Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. Os juros futuros subiam.

Além disso, o Relatório de Mercado Focus do Banco Central, que trouxe uma piora nas projeções para a inflação neste ano, subindo a 8,69%, de 8,59% na última leitura, e para o crescimento do PIB brasileiro em 2021, que recuou a 5,01%, de 5,04%.

Cotações

A remuneração do título público Tesouro Prefixado 2024 subia a 10,21% ao ano, de 10,15% na sexta-feira (15). O Tesouro Prefixado 2026 oferecia juros anuais de 10,47%, ante 10,41% no fechamento anterior.

Dentre os títulos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2026 oferecia taxa de retorno anual de IPCA mais 4,82%, ante taxa de IPCA mais 4,79% observada na véspera. A rentabilidade do Tesouro IPCA+ 2045 subia a IPCA mais 5,10%, de IPCA mais 4,05% no último fechamento.

Títulos públicos

O Tesouro IPCA (antiga NTN-B) proporciona ao investidor uma rentabilidade em termos reais. É um título que paga uma taxa fixa acrescida da variação do IPCA (inflação).

O Tesouro Prefixado (antiga LTN) é um título prefixado, e por isso o investidor tem a exata noção de qual será o retorno obtido desde o dia que efetuar a compra até a data do vencimento do título.

Já o Tesouro Selic (antiga LFT) é um título que proporciona ao investidor uma rentabilidade pós-fixada atrelada à variação da taxa Selic.

Títulos públicos são ativos de renda fixa que possuem a finalidade de captar recursos para o financiamento da dívida pública e financiar atividades do Governo.

Vale destacar que a taxa de retorno e o preço dos títulos públicos têm comportamento inversamente proporcional, ou seja, quando um sobe o outro cai.

Veja as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra nesta segunda-feira:

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