Categories: Economia

Guedes fala de almoço com argentinos: ‘Eu não quero almoço, quero acordo’

Em busca de um acordo no âmbito do Mercosul para reduzir a Tarifa Externa Comum (TEC), mas travado pelas resistências da Argentina, o ministro da Economia, Paulo Guedes, contou nesta sexta-feira que preferiu não comparecer a um almoço em homenagem ao chanceler do país vizinho que ocorria no mesmo momento no Itamaraty. “Eu não quero almoço, eu quero acordo”, disse Guedes, que participava de evento com investidores estrangeiros promovido pelo Itaú por ocasião das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O almoço, promovido pelo chanceler brasileiro, ministro Carlos França, era uma homenagem a Santiago Cafiero, ministro das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina.

Segundo a agenda, o evento se daria entre 13 horas e 14 horas desta sexta-feira no Palácio Itamaraty, na mesma Esplanada dos Ministérios, de onde Guedes ingressou no ambiente virtual do evento do Itaú.

Embora não tenha participado do almoço, Guedes terá uma reunião às 17 horas, na sede do Ministério da Economia, com França, o chanceler argentino, e o ministro de Desenvolvimento Produtivo da Argentina, Matías Kulfas.

“Se depois desse almoço eles ainda quiserem vir (ao ministério), conversaremos”, disse o ministro da Economia, emendando que certamente sua declaração teria repercussão na imprensa.

A equipe econômica quer que o Mercosul reduza a TEC para ampliar sua inserção no comércio global e também conseguir acordos com outros blocos e países.

Para o ministro, trata-se de uma “modernização” do bloco.

A Argentina, que convive com uma grave crise financeira, é o principal foco de resistência. Como uma decisão requer consenso, basta isso para que a medida acabe travada.

Guedes defende que seja aprovado um “waiver”, ou seja, uma espécie de concessão para a Argentina ficar de fora do acordo de redução das tarifas externas. “Não podemos nos mover na velocidade do mais lento”, disse o ministro. “Com regra de consenso, nós fomos ‘ao inferno’ juntos.”

Para ele, o atual desenho do Mercosul é “ruim para todos”. “Uma plataforma que deveria nos integrar ao resto do mundo virou uma prisão”, disse.

Sobre a reunião de mais tarde, Guedes adiantou que também pretende conversar com os argentinos sobre a “Vaca Muerta”, uma jazida de petróleo e gás convencional no sudoeste do país. O Brasil e a Argentina discutem a construção de um gasoduto para escoar a produção dessas áreas.

Por Idiana Tomazelli e Lorenna Rodrigues

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

13 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

13 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

15 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

17 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

18 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

18 horas ago