O executivo Fernando Rosa foi promovido à presidência da Kraft Heinz em dezembro de 2020 com a missão de “abrasileirar” os produtos da subsidiária da empresa americana. Segundo ele, esse movimento comprador – de duas aquisições feitas em sete dias – foi uma coincidência.
Porém, ele garante que essa investida está relacionada ao plano da empresa de tornar o Brasil um dos principais mercados emergentes da gigante dos alimentos, com foco no lançamento de produtos específicos para o mercado local.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
A Kraft Heinz fechou duas aquisições em um espaço muito curto. Outras estão no radar?
O fechamento das negociações serem tão concomitantes foi uma coincidência. Foram dois movimentos bem distintos. Trata-se de um movimento da companhia pensando em se tornar uma das maiores empresas de alimentos do Brasil. Enquanto a Hemmer é uma companhia consolidada, com um grande portfólio e 100 anos de história, a BR Spices pode ser comparada a um investimento em uma startup. No curto prazo, queremos escalar a BR Spices com a nossa musculatura e, em um segundo momento, tornar a empresa em uma espécie de hub de inovação.
Como vai funcionar?
Queremos criar um modelo mais ágil de testes de produtos e entender as necessidades específicas dos clientes para criar produtos de maneira mais ágil e com qualidade alta. Em algum momento, vamos começar a oferecer soluções prontas de temperos com condimentos e vegetais em conserva, por exemplo. Esse é o tipo de escala e eficiência que queremos buscar.
A Kraft Heinz passou por momentos complicados nos últimos anos e até o próprio Jorge Paulo Lemann já comentou que o “sonho grande” da empresa não era mais possível. Como a companhia enxerga o futuro?
A companhia aprendeu muito com os erros e acertos do passado, desde a fusão com a Kraft. Com a entrada do Miguel Patrício (presidente global da Kraft Heinz), no meio de 2019, redefinimos a nossa visão. Queremos crescer agregando valor e trazendo produtos mais próximos das necessidades dos consumidores, além de fazer as marcas serem mais aspiracionais.
Pode haver mudanças nas empresas para buscar mais eficiência, como demissões?
A companhia cresceu muito nos últimos três anos, e o número de colaboradores também tem aumentado. Estamos gerando resultados para investir nas nossas marcas e, por exemplo, nunca investimos tanto em marketing quanto agora. Queremos crescer agregando valor e trazendo produtos mais próximos das necessidades dos consumidores. Ganhar eficiência é importante, mas vamos conseguir essa eficiência trazendo e criando categorias novas de produtos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por André Jankavski e Fernando Scheller
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