Mercados

Dólar oscila com foco em cenário externo e antes de leilão

O dólar está volátil na manhã desta quarta-feira, entre margens estreitas. Iniciou os negócios em baixa, refletindo uma leve realização de ganhos após valorização de 4,88% no mês, mas passou a subir. Logo depois, voltou a exibir viés de baixa.

A alta da moeda americana no exterior nesta manhã é precificada pelo câmbio doméstico assim como a cautela local com a inflação e o risco fiscal. Também a perspectiva de leilão de overhedge de US$ 700 milhões, das 10h30 às 10h40, a deflação do IGP-M de setembro assim como o recuo dos juros dos treasuries longos e a melhora das bolsas internacionais influenciam os ajustes de baixa.

“Hoje vemos um certo respiro, com as moedas recuperando parte do movimento dos últimos dias, mas o cenário ainda parece um tanto quanto nebuloso para vermos uma recuperação mais intensa do real”, avalia o operador Luis Felipe Laudisio dos Santos, da Renascença DTVM.

As incertezas sobre o Auxílio Brasil e sobre o pagamento dos precatórios em 2022 seguem como fatores para cautela. O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu ontem que a indefinição sobre o Auxílio Brasil, como será chamado o sucessor do Bolsa Família, tem causado ruídos no mercado financeiro, que teme uma guinada populista e irresponsabilidade fiscal.

Mais cedo, foi revelado que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,64% em setembro, após ter subido 0,66% em agosto. É a primeira deflação mensal do índice desde fevereiro de 2020 (-0,04%) e a menor taxa desde agosto de 2019 (-0,67%). A deflação do IGP-M foi maior do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de queda de 0,43%, e ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas (-1,10% a 0,03%). Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M desacelerou de 31,12% em agosto para 24,86% em setembro, abaixo do nível de 30% pela primeira vez desde fevereiro (28,94%). Em 2021, o índice soma alta de 16,0%.

O mercado aguarda ainda as leituras do Caged (10h. Em relação aos dados do setor público consolidado de agosto, a dívida líquida desacelerou para 59,3% do PIB em agosto, ante 59,8% em julho. Também o secretário especial do Tesouro, Bruno Funchal, ficará no radar no começo da tarde, quando participará de audiência pública sobre a PEC dos Precatórios (14h). No exterior, o destaque é o Fórum do Banco Central Europeu (BCE) sobre política monetária com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e presidentes do principais bancos centrais do mundo.

Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 6,8 pontos na passagem de agosto para setembro, para 94,1 pontos, o menor nível desde maio passado, quando atingiu 93,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o Icom caiu 0,6 ponto, interrompendo uma sequencia de quatro altas seguidas.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) cedeu 2,0 pontos na passagem de agosto para julho, na série com ajuste sazonal, para 97,3 pontos, interrompendo uma sequência de cinco meses de altas. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 1,2 ponto, a quinta alta seguida. E o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 1,86% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Às 9h51 desta quarta-feira, o dólar à vista tinha viés de baixa de 0,01%, a R$ 5,4236. O dólar para outubro caía 0,15%, a R$ 5,4245.

Por Silvana Rocha

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Estadão Conteúdo

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