A expectativa é de que a disputa pela concessão da Rodovia Presidente Dutra (BR-116) seja acirrada. Mas não se espera a presença de muitos investidores novos, sobretudo estrangeiros. “É um ativo muito atraente, e esperamos competição. Mas poderia ser ainda maior e ter investidores mais diversificados”, diz Cláudio Frischtak, sócio da consultoria Inter.B.
Os investidores internacionais que já estão no País devem marcar presença. Na lista, estão a canadense Brookfield e a espanhola Abertis, ambas sócias da Arteris; o grupo italiano Gavio, sócio da Ecorodovias; e chineses que analisam a concessão. “Essas companhias já estão mais acostumadas com o ambiente econômico e político do Brasil e não se assustam tanto (com as turbulências)”, diz Frischtak.
Entre as brasileiras, é esperada a participação da gestora Pátria, que tem marcado presença nos últimos leilões. O sócio da Galípolo Consultoria, Gabriel Galípolo, afirma que a empresa tem capacidade financeira para disputar o ativo. Mas destaca que a Pátria ainda está digerindo as últimas concessões conquistadas, como o corredor Piracicaba-Panorama (conhecido como Pipa), em São Paulo. A empresa arrematou a rodovia por R$ 1,1 bilhão no ano passado, em parceria com o fundo soberano de Cingapura GIC.
A outra participante é a CCR, atual concessionária da Dutra. A empresa é vista como a favorita para continuar com a concessão da rodovia por ter acesso a todas as informações com mais detalhes que os concorrentes, afinal ela administra a estrada há 25 anos. Mas, da mesma forma que conhece os pontos fortes da rodovia, também conhece as desvantagens, que outro concorrente não entende e pode subestimar numa oferta, diz Renato Sucupira, presidente da BF Capital.
Hoje a Dutra representa 13% das receitas do grupo CCR. Em 2020, a rodovia faturou R$ 1,3 bilhão com as tarifas de pedágio. Em nota, a companhia afirmou que acompanha com prioridade o processo de licitação da rodovia e sempre tem interesse em projetos que tenham viabilidade econômico-financeira, socioambiental e segurança jurídica. Em 2015, o grupo perdeu a relicitação da Ponte Rio-Niterói para a Ecorodovias.
Na avaliação de especialistas, os números do leilão da BR-116, que exigirá quase R$ 15 bilhões de investimentos e R$ 10 bilhões de custos operacionais, vão selecionar os participantes. O leilão será híbrido.
A disputa será pela menor tarifa de pedágio, mas com limite de 15% no deságio. Se mais de um concorrente chegar a esse patamar de desconto, o leilão irá para ofertas de outorgas, sem limite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Renée Pereira
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