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Perdas de gestões passadas por corrupção somaram mais de R$ 46 bilhões, diz Caixa

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que as perdas econômicas de gestões passadas por casos de corrupção somaram mais de R$ 46 bilhões, considerando investimentos feitos por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou empréstimos. O executivo já havia prometido que abriria os “custos da corrupção” no balanço do banco, conforme antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

“Foram R$ 46 bilhões em perdas econômicas geradas no passado e todas investigadas pelo Ministério Público, Polícia Federal, que geraram prisões, delações e devolução de dinheiro por corrupção provada e que não existe mais”, disse Guimarães, em coletiva de imprensa, no período da manhã.

Segundo ele, operações e “créditos mal feitos” entre os anos de 2009 e 2015 geram prejuízo e penalizam o balanço da Caixa até hoje. “A cada semestre, continuamos realizando provisões por créditos mal feitos entre 2009 e 2015. Foram R$ 200 milhões no primeiro semestre”, acrescentou.

Do total de perda econômica computada, R$ 24,4 bilhões referem-se a investimentos feitos pelo FI-FGTS, que investe os recursos dos trabalhadores, e R$ 22,1 bilhões com créditos concedidos pelo banco público entre os anos de 2009 e 2015.

Em relação ao FGTS, o investimento feito no período foi de R$ 32 bilhões, mas por conta dos casos de corrupção investigados pelo Ministério Público e Polícia Federal, o valor atual é de somente R$ 7,6 bilhões. A cifra corresponde a 25 ativos distribuídos no portfólio de ações e de dívida do FI-FGTS e na carteira administrada do fundo. “Eram ativos muito ruins e, por isso, gerou tanta investigação e gente presa”, disse Guimarães.

De acordo com o executivo, as perdas econômicas por casos de corrupção nas gestões passadas já foram provisionadas e não representam risco futuro ao banco. “Não prevemos perdas futuras. Tivemos de provisionar R$ 5 bilhões no balanço”, explicou.

O presidente da Caixa afirmou ainda que, pela primeira vez nos últimos dez anos, os três balanços pelos quais a Caixa é responsável foram publicados sem nenhuma ressalva: Caixa, FGTS e FI-FGTS.

A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido de R$ 6,260 bilhões no segundo trimestre, cifra que se comparada à vista um ano antes representa aumento de 144,7%.

Turbinado por eventos não recorrentes como a abertura de capital da Caixa Seguridade e a venda da fatia no Banco Pan (ex-Panamericano), o resultado do segundo trimestre é o maior para o período em toda a série histórica do banco.

Por Aline Bronzati

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Estadão Conteúdo

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