A aversão ao risco no mercado internacional dá o tom dos negócios o Brasil, onde a manhã é de queda da Bolsa. A busca por proteção do investidor pelo mundo ganhou contornos mais fortes com a sinalização de que os Estados Unidos podem retirar os estímulos monetários antes do esperado e se intensifica com a apreciação do dólar e as quedas expressivas das commodities. O minério de ferro caiu 13% na China e o petróleo cai mais de 3% nos futuros de Nova York e Londres.
Ajustes na política do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) provocariam reações em cadeia no mundo.
Vinicius Martins, gerente da Phi Investimentos, explica que a diminuição dos estímulos e possíveis aumentos na taxa de juros americana deixariam a principal economia do mundo mais atrativa para investimentos conservadores, o que normalmente gera uma fuga de capital estrangeiro e apreciação do dólar frente ao real. “Para Bolsa, o cenário que já era complicado, ficaria ainda mais desafiador, com a necessidade de um fluxo constante de capital brasileiro entrando na bolsa em igual força ou superior, para frear as quedas e gerar estabilização”, afirma.
No cenário doméstico, persiste a cautela do investidor com a tensão política, institucional e fiscal. Nesta manhã, concentram as atenções do mercado a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento pela manhã, e a nova rodada de reuniões de diretores do Banco Central com economistas.
Passado o vencimento dos derivativos do Ibovespa, ontem, o mercado de ações se prepara para o vencimento das opções sobre ações, amanhã.
Às 10h48, o Índice Bovespa tinha 115.575,12 pontos, em queda de 0,92%, puxado por Vale ON (-4,05%), CSN ON (-4,61%) e Petrobras ON e PN (-1,28% e -1,53%), entre outras. Em Nova York, todos os principais índices de ações operam em queda.
Por Paula Dias
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