A Jalles Machado continua com a intenção de concluir um processo de fusão e aquisição (M&A, na sigla em inglês) até o fim da atual safra de cana-de-açúcar, que vai até março do ano que vem, afirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Rodrigo Penna de Siqueira. “Não podemos falar muito sobre esse assunto, mas ele tem avançado e continuamos com mesmo cronograma de concluir durante a safra atual”, afirmou o executivo durante teleconferência com analistas e investidores para apresentar os resultados trimestrais da companhia nesta terça-feira (17). “Esse continua sendo o nosso cronograma e tem avançado; ainda é estratégia para a companhia.”
A empresa pretende adquirir uma usina, que seria a terceira do grupo, com parte dos recursos da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O restante dos recursos será utilizado para ampliar a moagem de cana-de-açúcar nas plantas que já pertencem à empresa.
O executivo também falou sobre investimento em biogás, que será injetado na caldeira das usinas – o investimento em biogás para esse fim é menor do que para outras finalidades, como a produção de biometano que substituiria o óleo diesel. Com o biogás, o executivo acredita que a empresa poderá exportar 22 GW por ano a mais de energia “numa visão conservadora”.
Contêineres
A falta de contêineres que prejudicou a exportação de açúcar orgânico da Jalles Machado no primeiro trimestre da safra 2021/22 deve continuar neste mês e no próximo, segundo estimativa de Rodrigo Penna de Siqueira. “Deve continuar complicado neste mês de agosto e em setembro, para só depois melhorar”, disse ele. “Esse é o panorama da área comercial.”
O balanço da companhia, divulgado na noite de segunda-feira (16), mostrou que a comercialização de açúcar orgânico no trimestre encerrado em junho foi 20,1% menor do que um ano antes, ficando em 12,7 mil toneladas. O executivo admitiu que o volume ficou “um pouco abaixo da expectativa”.
Cenário de preços
Para Rodrigo Penna de Siqueira, o cenário de preços de açúcar e etanol deve ser “bastante construtivo” em decorrência da quebra de safra no Brasil e da antecipação do aumento da mistura do etanol à gasolina na Índia. “As projeções são de déficit de açúcar para os próximos dois anos, e os estoques atuais já estão reduzidos”, afirmou na teleconferência. Na sua avaliação, o Centro-Sul brasileiro não deve recuperar a moagem de 600 milhões de toneladas nem na safra 2022/23, que começa em abril do ano que vem. “A seca prejudicou bastante os canaviais.”
O executivo afirmou que, no início desta safra, pensava-se que o mix de produção da companhia seria mais açucareiro, porém, a valorização do etanol trouxe um equilíbrio e, no momento atual, a empresa tem privilegiado o biocombustível. “Mas até agora houve momentos em que maximizamos açúcar e outros em que maximizamos etanol”, disse ele, afirmando que a empresa tem capacidade para dedicar mais de 70% da moagem ao etanol se necessário. Para o açúcar, o teto é entre 48% e 50%.
Quanto ao modo de comercialização, ele lembrou que a companhia vende açúcar convencional no mercado interno e exporta o orgânico, portanto a companhia não tem necessidade de fazer “washouts” (cancelamentos de contratos já fixados para exportação de açúcar) quando o etanol é mais lucrativo.
Por Augusto Decker
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