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Marfrig tem lucro líquido de R$ 1,738 bilhão no 2º trimestre; alta de 9% ante 2020

A dívida líquida da empresa caiu 17,3% no período (Foto: Divulgação)

A Marfrig Global Foods encerrou o segundo trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 1,738 bilhão, alta de 9% ante o registro de R$ 1,594 bilhão de igual período do ano passado, informou a companhia nesta terça-feira (10). O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado, contudo, recuou 3,6%, para R$ 3,921 bilhões, ante R$ 4,068 bilhões no segundo trimestre do ano anterior. Além disso, a margem do Ebitda ficou em 19,1%, contra 21,5%. Já a receita líquida foi recorde e aumentou 9% no período de abril a junho, de R$ 18,881 bilhões em 2020 para R$ 20,574 bilhões em 2021.

De acordo com a empresa, a dívida líquida caiu 17,3%, de RS 17,382 bilhões para RS 14,378 bilhões no período. O custo médio da dívida diminuiu de 6,13% ao ano no segundo trimestre de 2020 para 5,09% ao ano em igual trimestre deste ano, e o prazo de pagamento da dívida foi alongado de 3,8 anos para 4,7 anos. Dessa forma, a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, passou de 1,76 vez no primeiro trimestre de 2021 para 1,45 vez em reais e 1,55 vez em dólares no segundo trimestre deste ano, o nível mais baixo da história da companhia.

“Vamos lançar um programa de recompra de até 26,3 milhões de ações e ao mesmo tempo cancelar 20 milhões de ações já na nossa tesouraria”, acrescentou o vice-presidente de finanças e de relações com investidores da Marfrig, Tang David, em entrevista ao Broadcast Agro. A empresa também anunciou que finalizou a emissão de um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) no valor de R$ 1,2 bilhão, em duas séries, de sete e 10 anos. “Fizemos um Swap de todo esse R$ 1,2 bilhão com CDI acrescido de 0,97% ao ano, o que vai reduzir ainda mais o custo da dívida e alongar o prazo”, disse o executivo.

O fluxo de caixa operacional da companhia foi positivo em R$ 3 bilhões. Após o pagamento de juros e de capex de investimentos, o fluxo de caixa livre ficou em R$ 2,2 bilhões de reais. Com os indicadores e a estrutura de capital robusta, conforme David, o Conselho da Marfrig aprovou o pagamento de R$ 958,4 milhões de dividendos intermediários aos acionistas, o que equivale a um yield de 7%. Em abril, a empresa já havia distribuído R$ 141 milhões em dividendos, referentes ao exercício de 2020.

A operação América do Norte, capitaneada pela National Beef, foi, novamente, protagonista dos resultados da empresa. O segmento foi beneficiado pela oferta abundante de gado e forte demanda por carne bovina, em meio à recuperação do food service e do varejo pós-pandemia da covid-19. A unidade registrou receita líquida de R$ 15,550 bilhões (US$ 2,9 bilhões) no segundo trimestre, avanço de 7,4% em relação a igual período do ano passado, quando a receita foi de R$ 14,479 bilhões. O Ebitda ajustado ficou em RS 3,782 bilhões, alta de 8,7%. Além disso, o lucro bruto avançou 9,6% ante o ano anterior, para R$ 4,1 bilhões. A National Beef passou a representar 76% da receita líquida total da Marfrig e aumentou de 89% para 96% a sua participação no Ebitda consolidado.

Já a Operação América do Sul, que engloba Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, ainda enfrenta desafios. A empresa destaca que houve ganhos de R$ 30 milhões em eficiência operacional, mas o aumento recorde no custo da matéria-prima ainda limitou o avanço significativo das margens de lucro. Assim, o Ebitda ajustado do segmento recuou 70,5%, de R$ 613 milhões para R$ 181 milhões, com a margem tendo passado de 13,9% para 3,6%.

A receita líquida na América do Sul cresceu 14,1% no período de abril a junho deste ano ante iguais meses de 2020, de R$ 4,402 bilhões para R$ 5,2 bilhões. Isso foi possível por causa da alta de 21,1% no preço médio dos produtos. Do total, 57,7% dessa receita são provenientes das exportações, que tiveram China e Hong Kong novamente como os principais destinos, responsáveis por 61% dos embarques internacionais da companhia no continente. O lucro bruto da operação chegou a R$ 389 milhões, com margem bruta de 7,7%.

O vice-presidente de finanças e de relações com investidores comentou, ainda, que o investimento nas ações da BRF ao longo dos últimos meses foi uma operação passiva. “Não temos nenhuma intenção de influenciar na administração da empresa, a BRF é um importante cliente nosso e não há nenhuma outra decisão sobre essa relação até o momento”, disse. Em junho, a BRF relatou que a Marfrig realizou novas compras de ações da companhia e, no agregado, a participação da produtora de carne bovina no capital da BRF poderia chegar a 31,66%.

Por Julliana Martins

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