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Lucro da Randon sobe 121% e atinge R$ 122,1 milhões no 2º trimestre

No embalo da demanda vinda do transporte da safra agrícola que, somada a aquisições, levou a empresa ao melhor resultado trimestral de sua história em receita líquida, o grupo Randon reportou lucro de R$ 122,1 milhões no segundo trimestre, mais do que o dobro (alta de 121%) se comparado ao mesmo período de 2020.

Na mesma base comparativa, a receita líquida também mais do que dobrou, marcando crescimento de 126,6% e a cifra recorde de R$ 2,11 bilhões nos três meses. Já o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) marcou R$ 322,6 milhões: alta de 109,6%.

O desempenho é atribuído ao crescimento de mercados relacionados ao agronegócio, tendo como complemento os sinais de melhora das exportações. Responsáveis por 8% da receita líquida total, as aquisições realizadas nos últimos doze meses – Fundituba, CNCS e Automm, além da fabricante de amortecedores Nakata – também tiveram peso no resultado.

O faturamento da Randon está em grande parte associado à produção de veículos comerciais pesados, que são equipados com seus implementos rodoviários (reboques e semirreboques) e usarem peças produzidas pelo grupo.

Menos exposta à crise de componentes eletrônicos que vem paralisando as montadoras de carros, a produção de caminhões no Brasil já bate em 2021 o volume de todo o ano passado.

No recorte do primeiro semestre, a Randon teve, no comparativo interanual, crescimento de 91,7% na receita líquida, que somou R$ 4,03 bilhões de janeiro a junho. O Ebitda subiu 157,5%, para R$ 671,9 milhões, ao passo que o lucro líquido somou R$ 256,2 milhões, mais de quatro vezes acima (alta de 339,7%) do ganho apurado um ano antes.

Revisão de guidance

Com os resultados acima das expectativas nos últimos quatro trimestres e a produção de implementos rodoviários vendida até o fim do ano, o grupo Randon elevou as metas de desempenho (guidances) de 2021.

É a primeira revisão de guidance que a Randon faz em cinco anos. Em 2020, por conta do choque da pandemia, a companhia cancelou as metas para o ano.

A previsão de receita líquida no acumulado até dezembro agora é de R$ 8,5 bilhões, 25% a mais do que o prognóstico anterior. Para atender a esse crescimento, a Randon terá que investir mais, de modo que os investimentos orgânicos, antes previstos em R$ 250 milhões, subiram para R$ 320 milhões – ou seja, um aumento de 28% no orçamento.

Durante entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), os dirigentes da fabricante de implementos rodoviários e autopeças transmitiram visão positiva sobre o retorno de mercados internacionais, continuidade do consumo forte vindo do agronegócio e demanda por bens de capital puxada pelos juros, embora em alta, ainda abaixo da média histórica do Brasil.

A confiança parte da perspectiva de avanço da imunização, permitindo a reabertura das economias, mas também se deve ao fato de a Randon ter entre 120 e 150 dias de produção de implementos rodoviários contratada, o que permite à empresa assumir novos compromissos de desempenho com investidores.

“Acreditamos que o mercado pode crescer um pouco mais no exterior”, comenta o presidente-executivo (CEO) das Empresas Randon, Daniel Randon.

A previsão com receitas no mercado externo – seja de exportações a partir do Brasil, seja de receitas geradas em operações internacionais – foi elevada em 4%: de US$ 250 milhões para US$ 260 milhões até o fim do ano.

O grupo, segundo seus diretores, conseguiu atravessar a fase mais aguda da crise de fornecimento de materiais como aço e resinas sem deixar faltar peças em suas linhas. Isso foi possível graças a planejamento prévio e estoques estratégicos que, embora pesem no capital de giro, garantem o abastecimento.

Não dá para fugir, contudo, dos reajustes das matérias-primas. “A inflação tem sido o grande desafio em 2021. Parte do aumento de custo é repasse e parte é absorvida por novos processos que trazem ganhos de eficiência”, diz Daniel Randon.

Segundo o diretor financeiro (CFO), Paulo Prignolato, o grupo tem condições de cumprir as metas do ano, mesmo já ocupando 90% da capacidade instalada das fábricas.

A revisão de guidance, conta Prignolato, foi uma surpresa, dado que a empresa já tinha começado 2021 com expectativas positivas. “Os primeiros meses se mostraram ainda melhores do que tínhamos projetado”, afirma o diretor financeiro.

Por Eduardo Laguna

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Estadão Conteúdo

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