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Iguatemi tem lucro líquido seis vezes maior no segundo trimestre

A rede Iguatemi, dona de 14 shopping centers, dois outlets e três torres comerciais, apresentou lucro líquido de R$ 279 milhões no segundo trimestre de 2021, montante seis vezes maior do que no mesmo período de 2020.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 108,9 milhões, recuo de 5,4% na mesma base de comparação. A margem Ebitda diminuiu 7,6 pontos porcentuais, para 63,9%.

A receita operacional líquida totalizou R$ 170,3 milhões, aumento de 5,8%.

A disparada no lucro líquido da Iguatemi partiu da linha de resultado financeiro, onde foi apurada uma receita de R$ 365,5 milhões em contrapartida a uma despesa de R$ 19,5 milhões um ano antes.

Por trás dessa linha está a participação de 10% que a Iguatemi possui, via fundo, na Infracommerce, empresa de soluções digitais para o comércio eletrônico. Esta empresa entrou na Bolsa em maio, levando a Iguatemi a fazer a marcação a mercado do ativo em seu balanço, o que gerou o ganho extraordinário ‘não caixa’.

A Iguatemi também apresentou melhora dos seus resultados operacionais. A receita líquida cresceu ajudada pela reabertura dos shoppings e pela redução dos descontos no aluguel dos lojistas com mais alívio da pandemia.

Os resultados acima também já embutem o efeito da linearização dos descontos – prática contábil que dilui os descontos nos aluguéis ao longo dos períodos de vigência dos contratos. A linearização contribuiu com apenas R$ 2,7 milhões neste trimestre, 97% menos do que um ano antes.

A reabertura dos shoppings também elevou a linha de custos e despesas em 92%, para R$ 74,4 milhões.

A Iguatemi chegou ao fim de junho com dívida total de R$ 3,08 bilhões, 6,2% abaixo de março. A disponibilidade de caixa encontrava-se em R$ 1,8 bilhões, 10% a mais nessa comparação sequencial. Com isso, a dívida líquida ficou em R$ 1,3 bilhões, com uma alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) de 2,58 vezes.

Operações

Com as restrições da pandemia, os shoppings funcionaram em média 76,3% do seu horário regulador ao longo do segundo trimestre.

Com isso, as vendas totais nos shoppings atingiram R$ 2,7 bilhões, o equivalente a 78,2% das vendas do mesmo período de 2019 – antes da chegada da pandemia.

O pior momento para a rede foi no mês de abril. Já com a liberação gradual das restrições, as vendas em maio e junho foram equivalentes a 96% e 95,2%, respectivamente, que nos mesmos meses de 2019.

“Estamos observando o movimento de retomada do varejo”, informou a companhia em sua apresentação de resultados.

As vendas no critério mesmas lojas caíram 14,5%, enquanto os aluguéis nas mesmas lojas subiram 2,8%

A ocupação média do portfólio foi de 90,1%, 2 pontos porcentuais abaixo do mesmo período de 2019. A inadimplência líquida ficou negativa em 4% – efeito da recuperação de valores de períodos anteriores.

Por Circe Bonatelli

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Estadão Conteúdo

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