O dólar caiu mais de 1% com ajustes pós Copom mais duro nos primeiros negócios, contando ainda com o exterior positivo. Mas a queda perde força após dados dos Estados Unidos que apoiam o fortalecimento dos retornos dos Treasuries de dois e dez anos em Nova York. Os pedidos de auxílio-desemprego americano caíram 14 mil na semana, a 385 mil, em linha com a previsão dos analistas, mas o déficit da balança comercial do país subiu a US$ 75,7 bilhões em junho, acima do esperado (US$ 74,2 bilhões).
O Copom confirmou as apostas do mercado e elevou a Selic em 1 ponto, a 5,25 pontos base e já contratou nova alta na mesma magnitude para setembro, trazendo pressão de baixa na abertura.
Os investidores se anteciparam ainda à possibilidade de atração de capitais estrangeiros para o Brasil pelo aumento do diferencial de juros interno e externo, uma vez que os EUA e países europeus indicam continuidade dos juros baixos e dos estímulos monetários. Após as recentes mensagens “dovish” do Fed e do BCE, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu hoje manter também sua taxa básica de juros inalterada, em 0,10%, bem como o tamanho de seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), em 895 bilhões de libras.
Mas os problemas político, institucional e fiscal no Brasil seguem no foco dos investidores, e tendem a afetar o volume de possíveis entradas de recursos – e também podem limitar a queda do dólar durante o dia. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse ontem à tarde que o Fundo Brasil, que será criado para bancar o pagamento de precatórios e benefícios sociais, não precisa estar dentro do teto de gastos, dispositivo que proíbe que as despesas cresçam mais que a inflação. Além disso, a Câmara aprovou a urgência de proposta de reforma tributária do Imposto de Renda por 278 a 158 votos, permitindo que o texto fure a fila e possa ser pautada em plenário imediatamente. E o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu notícia-crime enviada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado no inquérito das fake news.
Às 9h41 desta quinta-feira, o dólar à vista caía 0,67%, a R$ 5,1513, após mínima a R$ 5,1228 (-1,21%) e máxima a R$ 5,1638 (-0,42%). O dólar futuro para setembro recuava 0,24%, a R$ 5,1745, após mínima a R$ 5,1380 (-0,94%) e máxima a R$ 5,1835 (-0,07%).
Por Silvana Rocha
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