Após oficializar a ida do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para o comando da Casa Civil, o presidente Jair Bolsonaro teceu elogios, na manhã desta quarta-feira, (28), ao novo ministro – e voltou a sinalizar que a indicação é um movimento para melhorar o diálogo entre o governo e o Parlamento brasileiro. “Trouxe pra dentro da Presidência o ministério mais importante nosso, que é o da Casa Civil, com Ciro Nogueira, homem adequado para conversar com o Parlamento”, disse o chefe do Executivo à Rádio Cidade Luis Eduardo Magalhães, da Bahia.
A entrada de Nogueira na Casa Civil concretiza a aproximação do Executivo com o Centrão, bloco mais fisiológico da política nacional. Para que o senador pudesse ocupar o cargo, o então chefe da pasta, general Luiz Eduardo Ramos, teve que sair, sendo realocado para o cargo de ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
‘Nota 9’ para Ramos
Bolsonaro tentou justificar a troca. Com elogios a Ramos, o presidente afirmou que faltava ao auxiliar conhecimento para dialogar com parlamentares, e que Nogueira seria mais adequado para o cargo. “General Ramos é uma pessoa nota 9, ele não é 10 porque falta pra ele um pouco de conhecimento para melhor conversar com parlamentar. É a mesma coisa eu querer o Ciro Nogueira converse com o alto comando das Forças Armadas. Ele não sabe conversar de forma adequada, vamos assim dizer”, disse Bolsonaro, que ressaltou que apesar de hoje atuar no Senado, Nogueira já foi deputado, e que ambos têm uma relação de amizade. “Teve seis mandatos de deputado federal e foi meu companheiro de Casa por muito tempo”.
Com perspectivas positivas para o novo comando da Casa Civil, Bolsonaro afirmou ter “certeza” de que Nogueira tem condições para melhorar a pasta. “Tendo em vista que nós temos que conversar com o Parlamento brasileiro, nada melhor do que um senador experiente”, afirmou.
2022
Às vésperas de apresentar uma live na qual promete exibir provas de inconsistências da urna eletrônica, marcada para esta quinta-feira (29), Bolsonaro voltou a ameaçar a democracia. De acordo com o presidente, que agora tenta emplacar o nome “voto democrático” no lugar de “voto auditável” para o voto impresso, quem está contra a implementação do sistema, está contra a democracia.
Desde que as críticas ao seu governo começaram a crescer e pesquisas começaram a registrar sua queda de popularidade, Bolsonaro tem aumentado o tom afirmando que, sem o voto impresso, as eleições do ano que vem podem ser fraudadas para beneficiar seu adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . Sem apresentar provas, Bolsonaro tem declarado que membros do Supremo Tribunal Federal (STF) estariam articulando para colocar o petista na cadeira presidencial através de fraude.
Por Matheus de Souza e Sofia Aguiar
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