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Ibovespa sobe 1,34% com Fed e balanços corporativos

A Bolsa fechou em alta de 1,34% nesta quarta-feira (Foto: B3)

Com desempenho bem positivo nos segmentos de maior peso (commodities e bancos), em meio à temporada de resultados trimestrais, o Ibovespa alçou voo no meio da tarde, passando a renovar máximas do dia após a decisão de política monetária do Federal Reserve e durante os comentários de Jerome Powell, presidente da instituição. Mesmo com sinais ainda mistos em Nova York, o índice da B3 chegou na máxima desta quarta-feira aos 126.712,08 pontos, atingindo o maior nível intradia desde 16 de julho (128.010,15 pontos). Hoje, saiu de mínima na sessão a 124.542,47 pontos, com abertura a 124.615,48 pontos, para encerrar o dia no maior nível de encerramento desde o dia 15 de julho (127.467,88), em alta de 1,34%, aos 126.285,59 pontos.

“Após a preocupação nos últimos dias quanto a intervenção regulatória do governo chinês em setores como educação e tecnologia, houve melhora nos mercados da Ásia, depois da publicação de artigo em jornal estatal que ajudou a aliviar temores, contribuindo hoje, desde cedo, para o desempenho de emergentes como o Brasil”, diz Scott Hodgson, gestor de renda variável na Galapagos Capital. “Aqui, a maioria das ações tem respondido bem aos resultados trimestrais e ao ‘guidance’ dado pelas empresas. E o mercado gostou de ouvir Powell, de que a economia (dos EUA) tem feito progressos, mas não substanciais”, acrescenta o gestor, referindo-se também a vagas ainda não preenchidas no mercado de trabalho americano.

Entre as ações dos maiores bancos, os ganhos ficaram hoje entre 1,04% (Unit do Santander) e 3,25% (Itaú PN) no fechamento – após resultados muito positivos para o Santander Brasil no segundo trimestre, que foram contrabalançados pela notícia de que o presidente, Sergio Rial, deixará o cargo no fim do ano. Na semana, o Ibovespa ganha 0,99%, limitando as perdas do mês a 0,41% – no ano, avança 6,11%. O giro financeiro desta quarta-feira subiu para R$ 35,3 bilhões, o mais alto desde o último dia 14 (R$ 42,8 bi), quando houve vencimento de opções sobre o índice.

“Uma proxy para o setor, o resultado do Santander, bem forte, recorde, na abertura dos resultados trimestrais de bancos, reforça a expectativa para outras empresas, como Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, em setor que tem estado mais atrasado na Bolsa em função da taxação de dividendos e do fim dos juros sobre capital próprio, na reforma tributária. Abre-se uma avenida para as ações de bancos voltarem a performar”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos

Além de bancos, dia também positivo para as ações de commodities, especialmente para Vale ON (+2,73%), com expectativa para o balanço da mineradora, após o encerramento de hoje. Na ponta do Ibovespa, WEG fechou hoje em alta de 8,17%, à frente de Itaú PN (+3,25%) e de BRF (+3,20%). Na face oposta, Natura cedeu 6,38%, CSN, 2,79%, e BTG Pactual, 2,05%. Petrobras PN e ON fecharam o dia respectivamente em alta de 2,06% e 1,83%.

Logo após a decisão do Federal Reserve, o Ibovespa seguia um pouco abaixo dos 126 mil pontos, com sinais divergentes nos índices de ações em Nova York, em meio à leitura do comunicado do BC americano. “Nenhuma surpresa na decisão do Fed. Na última reunião, foi na ata que veio a informação sobre a possibilidade de discussão sobre a retirada de estímulos, sobre uma estratégia de saída”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha.

“O FOMC (comitê de política monetária do Fed) trouxe comunicado ‘dovish’, ressaltando que o aumento da inflação permaneceu como resultado de fatores transitórios – e deve manter as compras mensais de títulos inalteradas até que perceba maiores progressos da economia”, diz Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office. “O Fed continua preso a uma armadilha de liquidez que só deve ser, de fato, discutida em agosto, começando de maneira muito branda”, acrescenta. “Powell deixou claro que ainda há muito progresso a ser feito para volta do pleno emprego. Além disso, reforçou que os dados de inflação continuam a ser transitórios e que todos os focos de inflação têm explicações.” observa o analista.

Por Luís Eduardo Leal

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