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Falta de chips causa paralisação parcial em 12% das fábricas de eletroeletrônicos

A exemplo do que acontece nas montadoras de automóveis, a escassez mundial de chips causa atrasos ou interrupções de produção em quatro a cada dez fábricas de produtos eletrônicos, como tevês, notebooks e celulares, do Brasil.

Segundo sondagem feita no mês passado pela Abinee, associação que representa a indústria nacional de aparelhos eletroeletrônicos, 12% dos fabricantes do setor tiveram que parar parte da produção no mês passado por falta de componentes eletrônicos. É o maior registro desde que, em fevereiro, a pesquisa começou a acompanhar o impacto da falta desses insumos no mercado.

Situação mais comum, 32% das empresas relatam atrasos na produção e na entrega dos produtos ao cliente. Diferente das montadoras de carros, setor mais afetado pela falta de chips produzidos, principalmente, por fornecedores de Taiwan, nenhuma fábrica de aparelho eletrônico teve até agora que parar completamente a produção no Brasil.

Entre os fabricantes de produtos que contêm semicondutores, houve, no entanto, aumento de 55%, em maio, para 71%, em junho, nos relatos de dificuldade na aquisição do insumo no mercado.

Ainda que o setor tenha sido menos afetado do que a cadeia de produção automotiva pela escassez de chips no mundo, os componentes eletrônicos fornecidos pela Ásia tornaram-se o principal material em falta na indústria de eletroeletrônicos, onde também há grande dificuldade na aquisição de cobre e materiais plásticos, e 26% das empresas estão com estoques de componentes e matérias-primas em nível considerado abaixo do normal.

A maior parte das empresas do setor (42%) trabalha com a previsão de o abastecimento de chips voltar ao normal apenas em meados do ano que vem.

O retrato revelado pela sondagem da Abinee mostra ainda que, como resultado da combinação de escassez, aumento das tarifas de frete, tanto marítimo quanto aéreo, e desvalorização cambial, a pressão vinda do aumento de custo dos componentes é apontada como acima do normal por quase todos fabricantes do setor: 93% dos entrevistados.

Por Eduardo Laguna

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Estadão Conteúdo

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