O dia foi de forte recuperação em Nova York, e moderada no petróleo, combinação que, na ausência de catalisadores locais, levou o Ibovespa a renovar máximas à tarde e a recuperar o nível de 125 mil pontos no fechamento, ainda abaixo do encerramento da última sexta-feira (125.960,26), em meio então a uma sequência de três perdas. Hoje, o índice de referência da B3 foi aos 125.630,87 pontos no melhor momento, para fechar o dia em alta de 0,81%, aos 125.401,36 pontos, saindo de mínima a 123.630,60 pontos, uma variação de 2 mil pontos entre o piso e o teto do dia, com abertura a 124.394,57.
Moderado, o giro financeiro foi de R$ 25,0 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa cede 0,44% e, no mês, 1,10%, limitando o ganho do ano a 5,36%. Em Nova York, o avanço nesta terça-feira chegou a 1,62% (Dow Jones) no fechamento, e o petróleo teve leve recuperação, acima de 1% para Brent e WTI. Na B3, desde a manhã, a reiteração pelo presidente Jair Bolsonaro de que pretende vetar o fundo eleitoral, elevado para R$ 5,7 bilhões na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), manteve o foco do mercado na cena política, que tem mostrado nas últimas semanas obstáculos ao avanço da agenda reformista.
Ainda assim, com o exterior positivo, o dia foi de alguma retomada para as ações, com inclinação mais acentuada à tarde, quando especialmente o Nasdaq estendeu o fôlego, em NY. Após a divulgação de dados de produção ontem à noite, Vale ON fechou hoje em alta de 0,84%, abaixo do desempenho de Petrobras ON (+1,64%) e PN (+1,33%), em dia de recuperação moderadamente acima de 1% para o barril do Brent e do WTI, após o tombo em torno de 7% para os preços da commodity no dia anterior. Sem direção única mais cedo, as ações de bancos se alinharam em alta ao longo da tarde, com ganhos também acima de 1% no fechamento – destaque para Bradesco PN (+1,54%), BB ON (+1,77%) e Itaú PN (+1,31%).
Com o apetite por risco desde o exterior, a recuperação firmada nesta tarde foi “impulsionada pelo setor financeiro que, por sua liquidez, é a porta de entrada dos investidores estrangeiros na bolsa brasileira”, observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. “A queda recente do setor, com os papéis retornando para os níveis de março, e as expectativas de bons resultados no segundo trimestre ajudam a explicar o movimento de recuperação”, acrescenta o analista, chamando atenção, no trimestre, para a expectativa por “menores provisões, aumento da receita de serviços, como reflexo da retomada da economia, e a sequência de redução de custos vinda desde o ano passado”.
“Tivemos hoje uma correção no Ibovespa, após o índice ter brigado pela manhã na faixa de 124,6 mil pontos. O mercado ainda repercute temores sobre a retomada da Covid-19 com a variante Delta. Por mais que se tenha acostumado a este fator de risco, e o mundo esteja mais bem preparado, nova onda de contaminação pode atrasar a recuperação econômica. Com agenda um pouco mais fraca, o dia foi de correção, com os índices de Nova York”, diz Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos, destacando, na B3, descontos em ativos como Petrobras e Itaú, com “preços de tela atrativos para novos entrantes”.
“São ativos que têm importante correlação com o Ibovespa, assim como Vale, entre outros, que acabaram subindo hoje, impulsionando fluxo comprador e jogando esses ativos para preços mais altistas”, acrescenta a analista.
Por Luís Eduardo Leal
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