Mercados

Juros futuros oscilam perto da estabilidade, apesar da aversão ao risco no exterior

As taxas de juros negociadas no mercado futuro oscilam próximas da estabilidade na manhã desta segunda-feira (19), apesar da alta do dólar. O início da semana é marcado por um ambiente da forte aversão ao risco no exterior, que leva à busca por dólares e por títulos do Tesouro americano. O rápido avanço da variante delta do coronavírus, a queda dos preços do petróleo e cautela com as decisões de política monetária de diversos países estão no rol de preocupações dos investidores. Por aqui, a moeda americana avança mais de 1%, sendo negociada no patamar dos R$ 5,19.

Às 9h42, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2022 tinha taxa de 5,79%, ante 5,80% do ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2023 projetava 7,24%, contra 7,26% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, o vencimento de janeiro de 2025 tinha taxa de 8,19%, ante 8,15% do ajuste de sexta-feira. Para janeiro de 2027, a taxa era de 8,61%, de 8,60%.

No cenário doméstico, as atenções se concentram na divulgação de indicadores de inflação, como o IPCA-15, a ser conhecido no final da semana. Nesta manhã, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, que mostrou que a projeção para a inflação em 2021 se distanciou ainda mais do teto da meta perseguida pela autoridade monetária. Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA este ano de alta de 6,11% para 6,31%. Há um mês, estava em 5,90%. Na esteira dos dados mais recentes de inflação, os economistas também alteraram suas projeções para a Selic no fim de 2021. O Focus mostra que a mediana das previsões para a taxa básica neste ano foi de 6,63% para 6,75% ao ano. Há um mês, estava em 6,50%.

O recesso parlamentar retira boa parte da pressão política sobre os ativos, mas o investidor deve seguir atento às movimentações no Poder Executivo. No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro isentou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de eventuais irregularidades na compra de vacinas por parte da pasta. O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), rebateu a acusação de Bolsonaro de que ele seria o principal responsável pela aprovação de um orçamento de R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral em 2022. E os grupos Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua se organizam para voltar às ruas em setembro, desta vez pelo impeachment de Jair Bolsonaro.

Por Paula Dias

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Estadão Conteúdo

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