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O que o futuro reserva para as ações de BB, Bradesco, Itaú e Santander?

Os grandes bancos ainda dominam o mercado de crédito, mas enxergam os bancos digitais ganhando terreno (Foto: Divulgação)

O setor bancário deve se beneficiar, no curto prazo, da alta dos juros, da redução dos custos operacionais e do aumento projetado da demanda por crédito com a reabertura da economia. No médio e longo prazo, entretanto, o cenário é incerto para os bancos tradicionais, que enfrentarão o aumento da concorrência com a digitalização do setor e o crescimento das fintechs.

Essa é a visão da equipe de análise da Genial Investimentos, que destaca ainda que os grandes bancos vêm perdendo força em mercados que antes eles dominavam, como o de adquirência de cartões. Em meio à digitalização dos serviços financeiros, que permitiu a entrada de novos players no mercado, as instituições financeiras mais tradicionais, com destaque para Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander Brasil, têm buscado se reinventar, cortando custos, reduzindo o número de funcionários e fechando agências físicas, ao mesmo tempo em que investem nos setores em que são mais eficientes.

Se tratando do mercado de crédito, os grandes bancos ainda têm larga vantagem ante as fintechs e bancos digitais, mas já enxergam um movimento de aumento da concorrência. Eduardo Nishio, head de research e finanças, e o analista Bruno Bandiera, da Genial, citam o Nubank, fintech com mais de 40 milhões de clientes, como exemplo do crescimento de instituições digitais.

Bradesco

A Genial destaca o Bradesco como o banco que melhor vem se adaptando às mudanças no setor, e chama a atenção para o fato de que o lucro da instituição já superou o do rival Itaú em 2020.

O preço-alvo estabelecido para as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) pelos analistas é de R$ 37,20, e a recomendação é de compra. A justificativa para as projeções otimistas se deve, principalmente, ao fato de que o Bradesco possui a menor relação entre preço e valor patrimonial de todos os grandes bancos privados, com preço equivalente a 1,7 vezes o valor patrimonial. O banco também foi mais incisivo que seus principais concorrentes nos cortes de custos operacionais e também construiu reservas maiores para arcar com inadimplência.

Santander Brasil

O Santander Brasil é o atual líder em rentabilidade entre os grandes bancos, conforme destaca o relatório da Genial, e também possui a maior fatia de crédito para pessoas físicas do setor, equivalente a 57% da carteira.

O preço-alvo estabelecido para as units do Santander (SANB11) pelos analistas é de R$ 56,50, e a recomendação é de compra. A análise se baseia na expectativa de que o banco deve manter um ROE (retorno sobre patrimônio) alto nos próximos anos, além da boa relação entre despesas e receitas, de 38,8%. O volume de empréstimos concedidos pelo banco também foi o que mais cresceu entre 2015 e 2020, com 58% de crescimento. Do lado negativo encontra-se a relação menos atraente entre preço e valor patrimonial, de 2,2 vezes.

Itaú 

O Itaú havia se consolidado como o banco a ser batido, mas acabou sendo deixado para trás em alguns quesitos pela concorrência em meio à pandemia.

Os preços-alvo para as ações preferenciais do Itaú (ITUB4) e Itaúsa (ITSA4) são de R$ 42,00 e R$ 16,50, respectivamente, e a recomendação é de compra para ambos os papéis. Apesar da expansão da sua carteira de crédito em 22% em 2020, o banco observou uma queda de 38,5% no lucro em comparação com o ano anterior. O grande desafio com o qual o Itaú se depara agora, segundo os analistas da Genial, é encontrar espaço para crescer em volume de crédito e rentabilidade.

Banco do Brasil

Diferentemente dos grandes bancos privados, a expectativa para o Banco do Brasil é de um ROE mais baixo, de apenas 13,2% contra 18,3% dos pares privados, justificando a relação mais baixa entre preço e valor patrimonial da instituição, com o preço correspondendo a 0,75 vezes o patrimônio.

O preço-alvo para as ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) é de R$ 39,00, e a recomendação é neutra. Apesar da expectativa de ROE mais baixo, o principal motivo para a análise menos favorável ao BB segue sendo o risco de interferência política, devido ao fato da instituição ter capital misto privado e estatal, com constante troca da alta gestão, o que torna a relação entre risco e retorno da estatal alta demais.

Banrisul

O Banrisul é outra instituição que, com preço de mercado equivalente a 60% do patrimônio, é considerada uma opção “barata”, mas assim como o Banco do Brasil, o banco gaúcho apresenta um ROE baixo, de 10,2% em 2020, e baixa eficiência.

O preço-alvo para as ações preferenciais classe B (BRSR6) é de R$ 14,60, e a recomendação é de manutenção dos papéis. Os analistas destacam que o banco representa o alto risco por se tratar de uma instituição estatal do estado do Rio Grande do Sul, que passa por graves problemas fiscais. Sem esperanças de privatização do banco, a equipe da Genial não enxerga perspectiva de melhora no curto prazo.

BMG

O BMG também não chama a atenção dos investidores apesar de seu preço equivalente a 70% do valor patrimonial, também considerado baixo.

O preço-alvo para as ações preferenciais do BMG (BMGB4) é de R$ 5,70 e a recomendação também é de manutenção dos papéis. O banco vem tentando se modernizar e entrar no meio digital, mas ainda assim apresentou um ROE de apenas 9,2% em 2020, e não apresenta perspectiva de alta relevante nos lucros no curto prazo. Olhando para o longo prazo, de olho no envelhecimento da população brasileira, o BMG pode se beneficiar de seus produtos voltados aos aposentados e pensionistas do INSS.

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