Decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou pela terceira vez seguida a taxa básica de juros da economia. Aprovada por unanimidade pelo Copom, a taxa Selic passou de 3,5% para 4,25% ao ano. O aumento da taxa ajuda a controlar a inflação, pois encarece o crédito e desestimula a produção e o consumo.
Ao analisar a medida, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) entende que um aumento da taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 ponto percentual neste momento está em linha com a evolução do quadro inflacionário atual e com o aumento das expectativas para a inflação para os próximos meses.
De acordo com a entidade, os indicadores de atividade econômica têm surpreendido positivamente, o que corrobora com um cenário de maior pressão inflacionária nos próximos meses. “Desse modo, a federação entende que o ciclo de alta da taxa básica de juros é compatível com o momento e garante a ancoragem das expectativas. No entanto, é imprescindível acrescentar que o cenário é adverso e depende de políticas adicionais que assegurem preços em níveis baixos e crescimento econômico sustentável”, avaliou a Firjan.
Segundo a entidade, a atividade econômica apresentou resultados mais positivos, mas ainda há um longo caminho a ser perseguido. A pandemia expôs os gargalos estruturais que atrasam o desenvolvimento da economia brasileira. “Por isso, é fundamental a aprovação de reformas que solucionem as vulnerabilidades logísticas e tecnológicas, o alto custo de produção e, consequentemente, a baixa competitividade”, analisou.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom é “equivocada”. Em nota, a entidade destacou que a medida encarece crédito para consumidores e empresas justamente em um “momento crítico da atividade econômica, que sofreu novo impacto negativo com a segunda onda da pandemia”. A CNI lembra que a produção industrial de abril de 2021 ainda está 6,6% abaixo do nível alcançado em dezembro de 2020.
“A decisão por um terceiro aumento expressivo da Selic vai de encontro a essa necessidade e desestimula a demanda ao aumentar o custo do financiamento de maneira significativa”, afirmou o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade.
Também em nota, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que o novo aumento ocorre em um cenário de recuperação econômica ainda não consolidada.
“O PIB [Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços do país] mostrou bom desempenho no 1º trimestre do ano e animou as expectativas para um crescimento acima de 5,5% neste ano. Porém, um aumento excessivo dos juros em um cenário de recuperação econômica ainda não plenamente consolidada pode prejudicar o processo de retomada do crescimento econômico do Brasil”.
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