Um dia antes dos esperados resultados das reuniões de política monetária no Brasil e no exterior, a liquidez se reduziu no mercado doméstico e o dólar acabou tendo um dia volátil. Subiu a R$ 5,10 pela manhã e nos negócios da tarde passou a cair, testando mínimas a R$ 5,03, refletindo entrada de fluxo e também um movimento de agentes se antecipando a entradas futuras, por conta de captações externas de empresas, como a Light nesta terça-feira, ou potenciais aportes de estrangeiros com o Banco Central elevando os juros agora e sinalizando nova alta em agosto. Nesse ambiente, o real acabou indo na contramão de outras moedas emergentes, que perderam força ante o dólar de forma generalizada.
No fechamento, o dólar à vista terminou a terça-feira em queda de 0,55%, a R$ 5,0428. No mercado futuro, o dólar para julho cedia 0,30%, a R$ 5,0520 às 17h35.
O diretor da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, ressalta que mais cedo o dólar subiu ante o real, com a moeda americana ganhando força após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. O indicador subiu 0,8% em maio, acima do esperado por Wall Street. Com isso, as taxas longas dos juros americanos passaram a subir, ajudando o dólar a se fortalecer e enfraquecendo as moedas de emergentes. “Foi uma pressão externa.”
Nehme avalia que o dólar pode romper o piso de R$ 5,00 esta semana “de forma sustentável”, caso o Banco Central não decepcione e entregue ao menos uma alta de 0,75 ponto porcentual na Selic, além de possíveis novas elevações para a frente. Neste cenário de juro em alta, a melhora do real pode ser sustentável, com chance de a divisa dos EUA operar entre R$ 4,60 e R$ 4,80, avalia o economista.
Para o diretor da NGO, o Brasil pode atrair o investidor estrangeiro mais especulativo para operações de ‘carry trade’, quando tomam recursos em país de juro zero para aportar em outro com taxa maior.
A perspectiva de mais elevações de juros no Brasil aliada a um visão de atividade econômica mais aquecida em 2021 tem aumentado o otimismo com o real. Pesquisa do Bank of America com gestores de América Latina mostra que cresceu a fatia de investidores, de menos de 5%, em maio, para cerca de 25%, este mês, que veem o dólar entre R$ 4,50 e R$ 4,80 ao final de 2021. A maioria destes gestores, que há poucos meses alertava dos riscos de dólar acima de R$ 6,00, agora veem ao menos a moeda americana abaixo dos R$ 5,10 ao final do ano.
Há até um pequeno porcentual (cerca de 4%) de gestores ouvidos pelo BofA que já veem o dólar abaixo de R$ 4,50.
Para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), a pesquisa do BofA mostra que a maioria espera que o “tapering”, o processo de redução de compras mensais de ativos, só seja anunciado em agosto, no simpósio anual de Jackson Hole, ou na reunião do Fomc de setembro.
Por Altamiro Silva Junior
Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.
A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) convocou empresários…
A Gol Linhas Aéreas anunciou o lançamento de uma nova rota que liga Curitiba (PR)…
A concessão rodoviária do Lote Nova Raposo (São Paulo) vai a leilão na próxima quinta-feira,…
O preço do barril do petróleo tipo Brent tende a cair de US$ 5 a…
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, encaminhou na sexta-feira, 22, à Agência Nacional…
As incorporadoras que atuam no Minha Casa Minha Vida (MCMV) apresentaram resultados bastante positivos no…