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Taxas curtas de juros têm viés de alta e longas, de queda

Os juros futuros de curto prazo encerraram o dia com viés de alta e os demais, de queda, ainda que os rendimentos dos Treasuries tenham renovado sucessivas máximas à tarde. Os movimentos ao longo do dia foram moderados, dada a agenda fraca no exterior e, no Brasil, restrita ao IBC-Br de abril, que não chegou a influenciar os negócios mesmo vindo bem abaixo da mediana das estimativas. Em boa medida, a dinâmica foi limitada também pela expectativa pelas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na quarta-feira. O dólar em queda firme e o otimismo sobre o ritmo de vacinação contra covid no País foram apontados como fatores que ajudaram na melhora pela tomada de risco.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 5,33%, de 5,304% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 passou de 6,974% para 6,695%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 8,00%, de 8,055%, e o DI para janeiro de 2027, com taxa de 8,48%, de 8,534%,

“A segunda-feira foi parada em função da agenda esvaziada lá fora, com a espera pelo Fed. Os juros longos tiveram um pouco de correção dada pelo fluxo de estrangeiros que ajudou hoje o real, compensando a pressão dos Treasuries”, resumiu o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

A manhã foi de taxas curtas oscilando com viés de alta e longas em baixa moderada ou perto da estabilidade, mas no começo da tarde as mínimas do dólar, que caiu até o nível de R$ 5,05, colocaram toda a curva em baixa. Durante a segunda etapa, no entanto, a curva retomou o formato da manhã. Investidores evitaram grandes posições antes das sinalizações de política monetária aqui e nos Estados Unidos.

Lá, não se espera mudança taxas dos Fed funds, que estão entre zero e 0,25%, mas sim menções sobre timing para o início da redução do programa de compra de ativos. Com relação ao Copom, a curva projeta em torno de 70% de probabilidade de novo aperto de 0,75 ponto da Selic para esta quarta-feira e cerca de 30% de chance de um aumento mais agressivo, de 1 ponto, de acordo com o Banco Mizuho, mesmo com o IBC-Br de abril.

O dado não confirmou a tendência vista nos números de varejo e serviços, que surpreenderam para cima, ao subir subiu 0,44% ante março, muito aquém da mediana ds estimativas de 1,20% coletada pela pesquisa do Projeções Broadcast.

Na leitura do mercado, o Copom deve adotar o tom mais conservador na tentativa de controlar as estimativas de IPCA, que não param de piorar e com uma crise energética no horizonte. No Boletim Focus desta segunda-feira, a mediana para a inflação de 2021 voltou a subir, indo a 5,82%, ante teto da meta de 5,25%. Para 2022, avançou de 3,70% para 3,78%, ante centro da meta de 3,5%. A mediana para a Selic subiu de 5,75% para 6,25% no fim deste ano.

Por Denise Abarca

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Estadão Conteúdo

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