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Mesmo sem IPO, Vittia inaugura fábrica e prevê avanço

O Vittia, grupo de São Joaquim da Barra (SP) que produz inoculantes, defensivos biológicos e fertilizantes especiais, concluiu investimentos de R$ 100 milhões em uma nova fábrica de produtos biológicos, a maior da América Latina. Com a unidade, o grupo mais do que dobra sua capacidade de produção desses insumos, o suficiente para suprir a demanda no País neste ano e em 2022, disse ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o diretor de marketing do grupo, José Roberto Pereira de Castro.

“A nova fábrica está em uma área contígua à nossa unidade principal e terá capacidade produtiva de 5 milhões de litros/quilos de produtos biológicos por ano, como inseticidas, nematicidas, fungicidas e inoculantes. Levamos para a unidade soluções que estão na fronteira do conhecimento no que se refere a manejo de culturas, e que contribuirão para a sustentabilidade da produção agrícola”, explicou.

Até então, a produção de defensivos biológicos do Vittia estava dividida entre São Joaquim da Barra (SP) e Uberaba (MG), sede da Biovalens, empresa de controle microbiológico de pragas e doenças, adquirida pelo Vittia em 2017.

Agora, toda a produção ficará concentrada no interior paulista. A unidade de Uberaba, que funcionava num imóvel alugado, está sendo desativada, segundo ele. Junto com a nova fábrica, o Vittia construiu também um novo Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&DI).

Os investimentos em aumento da capacidade são parte dos planos do Vittia de manter um ritmo de crescimento nos próximos anos, em alguns casos acima da média dos mercados em que atua. Aquisições de novas empresas e a oferta inicial de ações (IPO) – colocada em segundo plano temporariamente – também integram a estratégia.

Entre 2014 e 2020, o faturamento do Grupo Vittia cresceu 169%, chegando a R$ 576 milhões no ano passado, 20% acima dos R$ 479 milhões de 2019. Sem dar detalhes, o executivo disse ser “possível” alcançar um incremento superior aos 20% neste ano, em virtude da incorporação das operações das duas empresas adquiridas no segundo semestre de 2020, Vitória Fertilizante, de Patos de Minas (MG), de fertilizantes organominerais à base de resíduos animais, e JB Biotecnologia, de Paraopeba (MG), focada em agentes macrobiológicos (insetos predadores) para o controle de pragas.

Segundo ele, a Vittia está investindo em expansão da capacidade fabril das empresas adquiridas e também busca áreas para comprar, que abrigarão novas instalações fabris.

A estratégia de expansão em 2021 e nos próximos anos passa ainda por aumento constante da rede de distribuição de insumos da companhia. Hoje, o Vittia possui distribuição nacional por meio de 54 cooperativas e 474 revendas agrícolas.

De acordo com o diretor de marketing, o Grupo Vittia continua aberto ao plano de realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO), mas isso não deve ocorrer “no curtíssimo prazo”. “Não temos conversado nada sobre IPO para o futuro próximo, mas é uma possibilidade que existe, caminhamos para uma economia em que muitas empresas de certo porte vão nesta direção. Nós estamos abertos, mas não deve acontecer no curto prazo (considerando as próximas janelas de emissões de 2021)”, disse.

Em abril, o Vittia comunicou ao mercado o cancelamento do pedido de análise de IPO, cujo prospecto preliminar havia sido protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em novembro do ano passado. O valor da oferta, na época, era de aproximadamente R$ 572,5 milhões.

Castro explicou que não havia “senso de urgência” para fazer a captação no início do ano e que a companhia entendeu que as condições não eram favoráveis à operação por conta da pandemia e do cenário político e econômico.

Sobre o possível IPO no futuro, Castro disse que a companhia está “absolutamente convencida” da consistência do seu desenvolvimento e valor de seus ativos. “Alguns dos nossos investimentos do passado estão em fase de maturação, como a Biovalens, e entendemos que o tempo é nosso aliado. Cada vez mais a empresa vai se tornar atrativa para o público”, enfatizou.

Por Clarice Couto

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Estadão Conteúdo

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