O ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, minimizou a saída da Ford do Brasil ao dizer que decisão foi global devido à interrupção de uma linha de produção de utilitários. Por outro lado, destacou que a General Motors, que estava insatisfeita com os prejuízos no País, não só resolveu ficar, mas ampliou investimentos após negociação com o governo de São Paulo.
Em webinar da Câmara britânica de Comércio e Indústria no Brasil, Meirelles afirmou que, no fim de 2018, antes de assumir a secretaria já começou a negociação com a GM, que envolveu conversas com fornecedores, distribuidores e sindicatos.
Segundo o ex-ministro, a empresa tinha interesse em continuar no País, mas tinha uma sequência de anos no vermelho.
“Fizemos um programa de incentivo não só para empresa ficar, mas para todas as companhias do setor que quisessem investir no Estado, o IncetivAuto. Os veículos produzidos como resultado desse investimento pagam alíquota menor de ICMS”, disse ele, completando que o programa é um sucesso e que a GM anunciou R$ 10 bilhões de investimentos em São Paulo.
“Portanto, é importante frisar essa diferença. O que pode ser feito e o que não compete ao Estado fazer. Na medida em que uma empresa pretende interromper uma linha de produção global porque não tem escala ou produtividade para aquele produto, o Estado não pode subsidiar um programa ineficiente”, afirmou Meirelles, referindo-se à Ford.
Por Thaís Barcellos
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