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Produção de elétricos e eletrônicos cai 1,8% em abril ante março, diz Abinee

A indústria elétrica e eletrônica, segundo a Abinee, entidade que congrega as empresas do setor, viu sua produção cair 1,8% em abril em relação a março, já descontadas as variações sazonais. A queda em questão superou a retração de 1,3%, na mesma base de comparação, de toda a indústria da transformação, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Essa queda na produção fabril de equipamentos e componentes elétricos e eletrônicos foi resultado do recuo de 2,5% da área elétrica e da retração de 1% da área eletrônica. Na comparação com abril de 2020, a produção do setor aumentou 68,5%. Essa foi a maior variação porcentual observada desde o começo dessa série histórica, iniciada em janeiro de 2002, segundo a Abinee.

“Essa taxa de crescimento expressiva contou com a base fraca de comparação, uma vez que em abril de 2020, as indústrias praticamente pararam as suas atividades devido às medidas restritivas decorrente da pandemia de covid-19”, avaliou o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

Ainda comparando a produção do setor com abril do ano passado, a área elétrica apontou acréscimo de 79,2% e a eletrônica expansão de 57,4%. Todas as áreas registraram taxas positivas muito elevadas, atingindo até 272,9%, como no caso de eletrodomésticos. Na área elétrica, a além dos eletrodomésticos, destacou-se o incremento de 100% na produção de pilhas e baterias.

Em seguida, foram observados acréscimos na produção de geradores, transformadores e motores elétrico, de 34,9%, lâmpadas e outros equipamentos de iluminação, com expansão de 20,1% e de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica, com expansão de 16,4%. No caso de outros equipamentos elétricos – onde estão classificados os aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e eletrodos, escovas e outros artigos de carvão ou grafita para usos elétricos -, a expansão foi de 27,7%.

Na área eletrônica, o principal destaque foi a elevação de 92,8% na produção de instrumentos de medida. Verificaram-se também incrementos significativos na produção de bens de informática, de 64,9% e nos aparelhos de áudio e vídeo, 62,2%. Em seguida, vieram os componentes eletrônicos, com alta de 37,3% e os equipamentos de comunicação, com avanço de 27,7%.

Acumulado

No acumulado dos primeiros quatro meses de 2021, a produção industrial do setor eletroeletrônico cresceu 18,4% em relação ao igual período de 2020, segundo a Abinee. Este incremento contou com a elevação de 24,1% da área elétrica e com o acréscimo de 12,3% da área eletrônica.

Destaca-se que todas as áreas do setor apontaram taxas positivas em relação ao primeiro quadrimestre de 2020. Na área elétrica, os maiores crescimentos foram na produção de eletrodomésticos, com um incremento de 41,9% e nas pilhas e baterias, 36,6%. Foram verificadas ainda elevações na produção de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica, na ordem de 11,9%, nos geradores, transformadores e motores, 10,9% e nas lâmpadas e outros equipamentos de iluminação, com aumento de 8%.

“No caso dos equipamentos elétricos não especificados anteriormente, que, como já citado, estão classificados os aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e eletrodos, escovas e outros artigos de carvão ou grafita para usos elétricos, o acréscimo foi de 14,6%”, afirmou Humberto Barbato.

No caso da área eletrônica, os incrementos mais expressivos foram verificados na produção de bens de informática, 36%); de instrumentos de medida, 24,5% e de equipamentos de comunicação, 9,7%. A produção de componentes eletrônicos cresceu 1,9% e a de aparelhos para áudio e vídeo avançou modesto 0,4%.

A média móvel anual da produção total da indústria eletroeletrônica vinha mostrando melhora nos últimos meses de 2019, porém, piorou a partir de fevereiro de 2020. A retração desse indicador agravou-se a partir do mês de março em decorrência dos impactos negativos da pandemia da covid-19, permanecendo em queda até junho.

Contudo, a partir de julho de 2020, já foi possível observar melhora neste índice, sugerindo retomada da atividade. Os resultados favoráveis apontados nos últimos meses de 2020 amenizaram a queda da produção da indústria eletroeletrônica, que encerrou o ano com uma retração mais amena do que se esperava em meados do ano passado.

Apesar da leve queda observada em janeiro deste ano, esse índice voltou a ficar positivo a partir de fevereiro de 2021. Destaca-se que estes resultados favoráveis vêm ocorrendo mesmo com o aumento das medidas restritivas aplicadas em algumas regiões do país a partir do mês de março deste ano.

Além disso, disse Barbato, as empresas vêm enfrentando dificuldades na aquisição de insumos e matérias-primas e também estão sofrendo fortes elevações de preços destes itens desde meados do ano passado.

Esses fatores chegaram a influenciar a queda da produção ao comparar com o mês imediatamente, com ajuste sazonal. Ressalta-se que a retração verificada no mês de abril foi a quarta queda seguida.”Mas mesmo assim, a variação acumulada nos últimos doze meses atingiu alta de 7,6% no mês de abril de 2021″, disse Barbato.

Por Francisco Carlos de Assis

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Estadão Conteúdo

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