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Dólar sobe de olho no exterior e crise hídrica fica no radar antes de feriado

O dólar opera em alta no mercado doméstico nesta quarta-feira (2), após cair ontem ao menor valor desde dezembro (a R$ 5,1460). A correção de alta acompanha a tendência externa da moeda americana nesta manhã ante pares principais e grande parte das divisas emergentes e ligadas a commodities, como peso mexicano, bem como o avanço dos retornos dos Treasuries. A crise hídrica no Brasil está no radar. Pode haver também demanda antecipada por causa do feriado de Corpus Christi amanhã no País.

Os investidores monitoram ainda os dados da produção industrial do País em abril, que caiu menos que a mediana esperada na margem e também subiu menos que o esperado na comparação anual.

A produção industrial brasileira caiu 1,3% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 3,20% a alta de 1,50%, com mediana negativa de 0,20%. Em relação a abril de 2020, a produção subiu 34,7%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma alta de 12,10% a 42,10%, com mediana positiva de 36,10%. A indústria acumula alta de 10,5% no ano de 2021. Em 12 meses, a produção contabiliza alta de 1,1%.

Mais cedo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição está observando como a questão ambiental impacta a política monetária, mas não afetou a precificação do dólar. “A questão ambiental impacta a inflação e tudo o que nós fazemos”, afirmou, em painel no evento virtual “Como os executivos lideram e gerenciam internamente a mudança de paradigma sobre as mudanças climáticas em suas instituições?”, realizado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), que tem sede em Basileia, na Suíça.

Segundo Campos Neto, a sociedade demanda um crescimento mais sustentável e inclusivo na atual crise. De acordo com ele, existem três questões relacionadas a isso. A primeira delas diz respeito à como produzir energia limpa. A segunda, como produzir alimentos saudáveis. Já a terceira questão está ligada a como os governos devem se adequar a esta dinâmica para receber os fluxos de investimentos. “Costumava ser fácil olhar para o projeto e calcular o lucro”, pontuou Campos Neto. “Não dá para fazer apenas isso mais”, acrescentou.

Às 9h37 desta quarta-feira, o dólar à vista subia 0,17%, a R$ 5,1549. O dólar futuro para julho ganhava 0,08%, a R$ 5,1670.

Por Silvana Rocha

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Estadão Conteúdo

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