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Taxa de investimento do 1º tri é a mais alta para o período desde 2014, diz IBGE

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre foi impulsionado, sob a ótica da demanda, por um avanço nos investimentos, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de investimento subiu a 19,4% no primeiro trimestre, melhor desempenho para este período do ano desde 2014.

O PIB cresceu 1,0% no primeiro trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre de 2020, turbinado por uma expansão de 17,0% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos do PIB). O resultado foi puxado pela produção de bens de capital, mas também pela importação ficta de plataformas de petróleo prevista no regime fiscal do Repetro e pelo crescimento no desenvolvimento de softwares.

“O investimento cresceu mesmo tirando (o efeito do) Repetro. Ele ia crescer sem o Repetro pelo aumento na produção nacional de bens de capital, uma queda bem menor da construção e pelo aumento na parte de desenvolvimento de softwares”, afirmou Rebeca.

Por outro lado, a demanda doméstica foi abalada pela queda de 1,7% no consumo das famílias e recuo de 4,9% no consumo do governo.

Sem avanço no consumo, a renda das famílias mais ricas foi direcionada para a poupança. A taxa de poupança subiu a um ápice de 20,6% no primeiro trimestre, maior resultado da série histórica iniciada em 2001.

“A taxa de poupança aumentou bem com esse descasamento entre o consumo e o PIB”, justificou Rebeca.

Necessidade de financiamento

A economia brasileira alcançou uma necessidade de financiamento de R$ 60,1 bilhões no primeiro trimestre, conforme os dados do PIB divulgados pelo IBGE nesta terça-feira. No primeiro trimestre de 2020, a necessidade de financiamento foi de R$ 80,3 bilhões.

Segundo o IBGE, na contribuição positiva, a “renda líquida de propriedade enviada ao resto do mundo” ficou em R$ 40,5 bilhões no primeiro trimestre, ante R$ 63,2 bilhões em igual período de 2020.

Na contribuição negativa, o saldo externo de bens e serviços ficou em R$ -25,7 bilhões, ante R$ -19,7 bilhões no primeiro trimestre de 2020.

Por Daniela Amorim e Vinicius Neder

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Estadão Conteúdo

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