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Juros corrigem ‘excessos’ e fecham em alta nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira, juros fecharam em alta (Foto: Steve Buissinne/Pixabay)

Sem o drive externo, que fez a liquidez se reduzir à metade nesta sessão, a segunda-feira foi de juros em alta. Por um lado, a subida do dólar ajudou na recomposição de prêmios, mas o foco maior foi a correção de excessos da semana passada, em que o combo fiscal e exterior desmontou muitas apostas, em especial no trecho mais longo da curva. O mercado monitorou nesta segunda, ainda, falas de Roberto Campos Neto, Paulo Guedes e Bruno Funchal, e se prepara para o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, a ser conhecido na terça-feira, e a produção industrial de abril, na quarta-feira, que abre a temporada de dados de atividade do IBGE relativos ao segundo trimestre. Na sessão estendida, contudo, houve alta adicional, à medida que o mercado assimila o noticiário envolvendo a reforma administrativa.

A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 passou de 5,041% na sexta-feira a 5,06% nesta segunda-feira. O DI para janeiro de 2023 foi de 6,593% a 6,68%. O janeiro 2025 subiu de 7,795% a 7,88%, na máxima. E o janeiro 2027 avançou de 8,434% a 8,47%. O diferencial entre os vértices 2022 e 2027 foi de 341 pontos-base, pouco acima dos 339 pontos da sexta-feira, mas bem abaixo dos 375 pontos do fim de abril.

A despeito da agenda cheia no Brasil, a ausência do investidor americano, em folga devido ao feriado de Memorial Day, fez o mercado ter pouca tração. Pela manhã, o dado do setor público consolidado reforçou as apostas de uma melhora fiscal, precificada ao longo da semana passada.

O governo lembra, contudo, que o quadro inspira cuidados. O secretário especial de Fazenda, Bruno Funchal, disse nesta segunda à tarde que o dever de casa é “manter as contas organizadas”.

O secretário destacou que as projeções recentes do mercado apontam crescimento maior do Produto Interno Bruto em 2021, mas isso é “vinculado à nossa organização fiscal”. Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “economia brasileira está de novo em uma rota surpreendente”.

Aliás, sobre o PIB, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu em um vídeo gravado para uma reunião da Frente Parlamentar da Economia Verde, que a autarquia também pode rever as suas previsões para o nível de 4%.

Na terça-feira, aliás, o mercado espera uma série de revisões, após a divulgação das contas nacionais trimestrais do período de janeiro a março. Pesquisa do Projeções Broadcast aponta apostas de alta de 0,70% na margem, com intervalo de -2% a 2,40%.

Apesar do otimismo verbalizado no mercado com o crescimento econômico, a situação fiscal e de atividade está longe de estar resolvida, e o cenário político também dá sua contribuição para incerteza. No período da tarde, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que Paulo Guedes confidenciou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que o presidente Jair Bolsonaro não quer a aprovação do texto da reforma administrativa e não trabalhará por ela. A notícia reforçou o viés de alta da sessão regular e fez os juros baterem máximas na estendida.

Por Mateus Fagundes

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