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Bolsa bate recorde, acima de 125 mil; sobe 5,6% em maio

O Ibovespa chega ao fim da semana renovando máxima histórica intradia e de fechamento na mesma sessão. Nesta sexta-feira, o índice da B3 fechou em alta de 0,96%, a 125.561,37 pontos, superando o recorde de encerramento anterior (125.076,63), de 8 de janeiro, e elevando a 125.697,58 pontos a referência histórica para o intradia. Faltando a sessão de segunda-feira para o encerramento do mês, os ganhos de maio chegam a 5,61%, o terceiro consecutivo, na sequência de avanços de 1,94% em abril e de 6,00% em março.

Na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 2,42%, vindo de leve avanço de 0,58% na anterior. Nesta sexta-feira, emendou a terceira alta diária, elevando os ganhos do ano a 5,50%. O giro financeiro foi de R$ 30,4 bilhões nesta sessão, em que o Ibovespa saiu de mínima a 124.284,00, com abertura aos 124.366,71 pontos.

“O forte desempenho de Petrobras (ON +5,78%, PN +4,17%) foi decisivo para que o Ibovespa chegasse a essas novas máximas, com a recomendação de compra para as ações feita pelo JPMorgan. Mas temos ainda fatores de risco, como a possibilidade de crise hídrica, que traria efeito para as tarifas de energia em momento em que a inflação ainda preocupa – e, no limite, o próprio ritmo da retomada econômica”, diz Cássio Bambirra, sócio da One Investimentos. “Com o fechamento do mês em Nova York hoje, pelo feriado na segunda-feira nos Estados Unidos, os dados sobre a inflação americana também contribuíram para alívio nesta sexta.”

“Esses novos recordes foram muito impulsionados por Petrobras: suas ações sofreram desde as preocupações sobre eventual intervenção do governo na política de preços (no ano, PN cai 1,57% e a ON, 4,27%). Aqui, o mercado parece não ter se preocupado muito com o IGP-M alto e, por enquanto, tem deixado de lado também a crise hídrica”, diz Rodrigo Knudsen, gestor da Vítreo.

A ON de Petrobras liderou o Ibovespa nesta sessão de máximas históricas, à frente de WEG (+4,85%) e de Petrobras PN. No lado oposto, Sabesp teve queda de 4,74%, após o governo de São Paulo indicar que não dará prosseguimento à privatização.

Analistas gráficos apontam que, tendo se firmado acima dos 123 mil pontos, o Ibovespa ganhou dinamismo para buscar novas máximas, favorecido por perspectiva mais positiva aqui e no exterior: num caso como no outro, os dados econômicos parecem indicar que o pior momento da pandemia ficou para trás, ao menos sobre o ritmo de atividade.

Com as preocupações sobre a inflação dos EUA relativamente acomodadas após a reiteração nesta semana, por diversas autoridades do Federal Reserve, de que as pressões sobre os preços são transitórias, os juros longos americanos retrocederam, contribuindo para que os índices de Nova York acumulassem ganhos de até 2,06% (Nasdaq) no intervalo.

No Brasil, as mais recentes leituras sobre a arrecadação federal e o resultado das contas do Governo Central ajudam a firmar a percepção de que a situação fiscal não é tão ruim quanto se chegou a temer, o que estimula descompressão adicional sobre o câmbio e a curva de juros.

“A dívida bruta deve fechar o ano a 85% do PIB, e não a 87% como se previa”, observa Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos. “O que tem prevalecido no momento, como vimos nesta semana, foi o apetite por risco, com o mercado focado no médio prazo, destravado pelos Estados Unidos, que está entregando uma retomada forte com o avanço da vacinação. A normalização aos poucos começa a se refletir no Brasil em ações ligadas à mobilidade, como as de administradoras de shoppings, como a BR Malls, e de companhias aéreas, como Azul – ao final de um período em que se viu correção nos índices de materiais básicos, com o ajuste dos preços de commodities, especialmente o minério”, acrescenta.

Aqui, além do grau de correção adicional das commodities, um novo fator de risco emerge, com potencial para afetar não apenas as ações de geradoras e distribuidoras, mas também o setor de transmissão de energia elétrica: a perspectiva de pior seca em 111 anos para uma matriz baseada, amplamente, em hidreletricidade. “É um segmento que, em geral, já vinha abaixo da média do Ibovespa, e tende a sofrer mais”, diz Brito.

Por Luís Eduardo Leal

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Estadão Conteúdo

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