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Além da fuga de fábricas do Brasil nas crises recentes, os Estados do Sudeste também perderam espaço em relação a outras regiões, de acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os quatro Estados do Sudeste, que historicamente concentram os maiores polos industriais do País, perderam 7,66 pontos porcentuais de participação no PIB industrial entre o biênio 2007-2008 e o biênio 2017-2018. O levantamento considera as indústrias de transformação, extração, construção e serviços industriais de utilidade pública.
No mesmo período, a região Sul avançou 2,46 p.p. e o Nordeste cresceu 2,06 p.p., enquanto Norte e Centro-Oeste ampliaram a participação no PIB industrial em 1,66 p.p e 1,48 p.p., respectivamente. Mesmo com uma maior descentralização, cerca de 80% das indústrias brasileiras seguem concentradas no Sul e Sudeste.
“Essa diversificação regional é um movimento positivo, porque observamos o desenvolvimento econômico de outros estados. A indústria usualmente paga os melhores salários e fermenta indústrias menores dentro da mesma cadeia produtiva e alavanca os outros setores, como o de serviços”, avaliou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
O Estado de São Paulo continua sendo o maior produtor industrial, com 30,68% do valor adicionado da Indústria total – uma ampla margem sobre as demais unidades da Federação – mas perdeu 5,5 pontos percentuais de participação na produção manufatureira do Brasil, também a maior queda no segmento. A indústria paulista reduziu a participação em 22 dos 24 setores de transformação.
O Rio de Janeiro também perdeu espaço em 18 dos 24 setores da indústria de transformação. Com forte queda também na indústria extrativa, a participação fluminense no PIB industrial brasileiro recuou de 14,5% para 10,1%.
Com isso, o Rio perdeu a segunda posição no ranking dos maiores parques industriais do País para Minas Gerais, que foi o único Estado do Sudeste a aumentar sua parcela na indústria total no período analisado. A despeito da perda nos setores de transformação, Minas avançou nos segmentos de extração e construção.
Fora do Sudeste, o Pará foi o Estado que mais ganhou espaço na produção industrial nacional, com avanço de 1,5 p.p., graças ao crescimento nos segmentos de extração, beneficiados pelo aumento dos preços de minerais.
Na sequência, os Estados de melhor desempenho no período foram Rio Grande do Sul (com destaque para máquinas e equipamentos, combustíveis, celulose e produtos de metal), Paraná (impressão e reprodução, produtos de madeira, veículos e celulose), Pernambuco (veículos e combustíveis) e Mato Grosso do Sul (celulose e papel).
Já a Bahia foi a unidade da Federação com maior avanço da indústria de transformação, com destaque para os segmentos de máquinas e materiais elétricos, borracha e material plástico, bebidas e produtos de minerais não metálicos, como cimento, tijolos e vidro.
A CNI chama atenção ainda para as perdas expressivas de participação de Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe e Rio Grande do Norte – todas elas decorrentes da exploração de petróleo e gás natural, em razão da queda no valor adicionado no setor no período.
Por Eduardo Rodrigues
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