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Bolsa sobe, aos 121.880 pontos, mas cai na semana

O Ibovespa emendou o segundo dia de recuperação moderada, insuficiente para que neutralizasse a perda acumulada na semana, de 0,13%, após a correção de 2,65% observada na quarta-feira. Nesta sexta-feira, o índice da B3 fechou em alta de 0,97%, aos 121.880,82 pontos. No melhor momento do dia, chegou a recuperar os 122 mil pontos, marca observada nos fechamentos dos últimos dias 7 e 11 e, à exceção de quinta, tocada sempre no intradia no intervalo iniciado em 7 de maio. O giro financeiro desta sexta-feira foi a R$ 37,0 bilhões.

Nestas 10 sessões da primeira metade do mês, o Ibovespa cedeu até aqui terreno em apenas três – entre elas, uma leve perda de 0,11%, no dia 10. Por outro lado, os avanços têm sido em geral moderados, de forma que, em maio, os ganhos chegam a 2,51% até o momento, com avanço no ano a 2,41%. Nesta sexta, o índice variou entre mínima de 120.719,17, da abertura, e máxima de 122.194,55 pontos, também pela manhã.

“Se olharmos para os setores que compõem o Ibovespa, apenas o índice de materiais básicos e as exportadoras estão positivos no ano, é o que tem sustentado. Os demais estão no negativo. Vejo o Ibovespa de lado, mas com espaço para recuperação desses setores defasados no ano, que tendem a convergir de maneira mais favorável na medida em que a vacinação avançar e a economia doméstica for se normalizando. O IBC-Br do primeiro trimestre foi um bom sinal, melhorando a perspectiva para o PIB em 2021”, aponta Mauro Orefice, diretor de investimentos da BS2 Asset. “No primeiro quadrimestre, as ações do setor financeiro acumularam perda média de 7%, as do varejo, de 15%, e as do setor imobiliário, entre 10% e 12%. Há uma dispersão grande no desempenho se olharmos para os setores. Há oportunidades no ‘stock pick’, na seleção de ativos. Não vejo uma progressão linear para o Ibovespa, mas um reequilíbrio, a partir de setores atrasados”, acrescenta.

Destaque do dia, as ações da Petrobras subiram mais de 4,5% (PN +5,16%, ON +4,65%), em reação positiva não apenas aos preços do petróleo, em alta acima de 2% na sessão, mas especialmente ao balanço trimestral, da noite anterior – no ano, Petrobras PN e ON ainda acumulam perdas de 4,16% e 8,10%, respectivamente, mas estão entre os destaques de maio, com recuperação agora de 11,26% e 11,00% no mês. Em nota, os analistas Heloise Sanchez e Régis Chinchila, da Terra Investimentos, chamam atenção para o “Ebitda acima das estimativas, com forte geração de caixa e redução da dívida líquida da empresa”.

O desempenho de Petrobras contribuiu nesta sexta para neutralizar o efeito negativo de Vale ON (-1,72%), em baixa na sessão em resposta à forte correção nos preços do minério de ferro na China – ainda assim, em nível bem elevado, o que coloca os ganhos acumulados por Vale ON a quase 32% em 2021, com os de CSN ON perto de 50% no ano. Na ponta do Ibovespa, Qualicorp subiu nesta sexta 7,21% com o balanço trimestral, à frente de Hering (+6,43%). No lado oposto, Usiminas esteve na ponta negativa do Ibovespa pelo segundo dia, em baixa de 4,96% no fechamento, após ter cedido 4,47% na quinta – nesta sexta, ficou atrás apenas de IRB (-5,08%).

“O início da semana foi marcado por uma alta expressiva nos preços das commodities. Porém, nesses últimos dias, as commodities perderam força e começaram a registrar perdas, mas, apesar disso, continuam em níveis bem elevados. O índice CRB acumula ganhos de 22,4% no ano e 49,8% nos últimos 12 meses”, escreve em análise Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos, destacando o peso das commodities na composição da B3, em que 36% do Ibovespa tem exposição a matérias-primas.

Nesta sexta, o tombo de 12% no preço do minério de ferro em Qingdao, na China, com efeito direto sobre o desempenho das ações de mineração e siderurgia, foi decisivo para limitar o avanço do Ibovespa, com o “governo chinês cada vez mais inclinado a criar medidas para intervir nos preços do aço, e, por consequência, da matéria-prima”, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, destacando que a China está atenta a aumentos superiores ao custo do aço.

Por Luís Eduardo Leal

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Estadão Conteúdo

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