Mercados

Bolsas da Europa fecham em forte baixa com temor de inflação na China e nos EUA

As bolsas da Europa fecharam em forte baixa nesta terça-feira, 11, com os mercados globais impactados por temores de inflação, principalmente na China e nos Estados Unidos. Os índices acionários do Velho Continente recuaram mesmo após as expectativas econômicas da Alemanha atingirem o maior nível em mais de 20 anos. O índice pan-europeu Stoxx 600 registrou baixa de 1,97%, a 436,61 pontos. De acordo com a Dow Jones Newswires, foi a maior queda porcentual desde 29 de janeiro.

“Os mercados recuam em meio à inflação potencial e restrições de oferta à medida que a economia reabre”, dizem analistas da LPL Financial em relatório enviado a clientes.

Divulgado na noite de segunda-feira, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China deu um salto anual de 6,8% em abril, o maior desde outubro de 2017. Um dia antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano, o risco inflacionário ficou no foco dos investidores.

Em Londres, o FTSE 100 recuou 2,47%, a 6.947,99 pontos. Os papéis da AstraZeneca caíram 0,92%, em meio a uma “rebelião” de acionistas contra o CEO da farmacêutica, Pascal Soriot. De acordo com o Financial Times, isso ocorre porque a empresa aumentou significativamente seu bônus potencial pelo segundo ano consecutivo. Na assembleia geral anual, 60% dos acionistas aprovaram a política de remuneração, mas 40% foram contra.

Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX caiu 1,82%, a 15.119,75 pontos. As ações da Daimler cederam 2,42%, as da Volkswagen caíram 1,58% e as da Bayer tiveram baixa de 1,90%.

Essas perdas ocorreram apesar de o índice de expectativas econômicas da Alemanha ter subido de 70,7 pontos em abril para 84,4 pontos em maio, no maior nível em mais de 20 anos, segundo dados divulgados nesta terça pelo instituto alemão ZEW.

Na visão da Pantheon Macroeconomics, o forte avanço do indicador medido pelo ZEW indica que a pandemia de covid-19 já está no “retrovisor” dos investidores do país europeu. “Temos poucas dúvidas de que, em breve, a atividade econômica aumentará significativamente, à medida que as restrições em serviços essenciais e varejo não essenciais forem suspensas e as pessoas começarem a se locomover livremente”, prevê o economista-chefe para zona do euro da consultoria, Claus Vistesen.

Em discurso nesta terça, o membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) Klaas Knot afirmou que a economia do bloco comum deve crescer mais de 4% em 2021. O dirigente também disse que as reformas dos últimos anos ajudaram a aumentar a resiliência do setor bancário da região.

Em Paris, o índice CAC 40 cedeu 1,86%, a 6.267,39 pontos. Os papéis da Renault(-6,44%) lideraram as perdas. Airbus cedeu 2,50%, Credit Agricole teve baixa de 1,27% e BNP Paribas caiu 0,04%.

Na Bolsa de Milão, o FTSE MIB registrou perda de 1,64%, a 24.396,01 pontos.

Em Madri, o índice IBE 35 teve baixa de 1,72%, a 8.987,20 pontos.

E, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 caiu 1,82%, a 5.083,02 pontos.

Por Iander Porcella

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Estadão Conteúdo

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