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Dólar fecha a R$ 5,23 em dia volátil na expectativa por agenda da semana

O dólar teve um dia de acomodação ante o real nesta segunda-feira, 10, após cair de R$ 5,45 para a casa dos R$ 5,20 na semana passada. A moeda norte-americana operou volátil nesta segunda-feira, mas entre intervalos estreitos, mesmo com a divisa chegando a cair no exterior, no aguardo da agenda da semana, que inclui a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira, 11, e ainda com as mesas mantendo no radar o cenário político em Brasília após o Estadão/Broadcast revelar o caso do orçamento secreto de R$ 3 bilhões do Planalto e com a CPI da Covid em andamento.

No fechamento, o dólar encerrou o dia em leve alta de 0,07%, cotado em R$ 5,2320. No mercado futuro, o dólar para junho cedia 0,21% às 17h35, em R$ 5,2375.

Para o economista e sócio da consultoria Tendências, Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (BC), na ausência de algum evento inesperado, externo ou interno, a tendência do câmbio é ficar na faixa de R$ 5,10 a R$ 5,20.

Sobre estes eventos ele se refere a algum ruído político em Brasília, ou ainda os rumos da pandemia, que podem comprometer o cenário fiscal. No caso de um agravamento da situação fiscal, ou da pandemia, a moeda americana pode voltar a testar níveis acima de R$ 5,50.

O cenário interno conturbado estava provocando um descolamento do real dos preços das commodities, disse Loyola na tarde desta segunda-feira em live da Genial Investimentos. Normalmente a moeda brasileira se valoriza em períodos de alta dos preços de produtos como soja e minério de ferro, mas até há pouco tempo isto não estava acontecendo. “As razões são todas ligadas ao cenário doméstico, seja o político e de incerteza trazidas pela condução do enfrentamento da pandemia e também pelo imbróglio fiscal”, afirmou.

Nas últimas semanas, pós-resolução da novela do Orçamento, Loyola destaca que houve “certa assentada da poeira” na questão das contas públicas.

Nos indicadores desta segunda-feira, o Ministério da Economia divulgou que as exportações começaram maio com fôlego, com superávit comercial somando US$ 2,2 bilhões na primeira semana. Mas os números tiveram efeito limitado no câmbio, em tarde marcada por alta dos juros longos americanos, que pressionou ativos de risco.

Por Altamiro Silva Junior

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Estadão Conteúdo

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