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Bolsas de NY fecham em alta após payroll reforçar retórica dovish do Fed

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sexta-feira, 7, seguindo a publicação do payroll de abril nos Estados Unidos, que apresentou a criação de um número de vagas bem abaixo do previsto por analistas, o que reforçou a percepção de que os apoios à economia continuarão no país. Além disso, a expectativa é de que nos próximos meses a criação de vagas seja mais robusta. Como resultado, Dow Jones e S&P 500 renovaram recordes.

O índice Dow Jones avançou 0,66%, em 34.777,76 pontos, o S&P 500 subiu 0,74%, a 4.232,60 pontos, e o Nasdaq teve ganho de 0,88%, a 13.752,24 pontos. Na comparação semanal, os ganhos foram de 2,67%, 1,23%, respectivamente, e, no último caso, recuo de 1,51%.

Durante a sessão, investidores avaliaram os dados do relatório de empregos dos EUA, o payroll, que indicou criação líquida de 266 mil empregos em abril no país. Analistas esperavam geração na faixa de 1 milhão de vagas, mas consideram que o resultado frustrante reflete não um solavanco na recuperação econômica, e sim a dificuldade de empresas na busca por trabalhadores em meio à distribuição de benefícios pelo governo.

Em um primeiro momento, o resultado foi um recuo nos rendimentos dos Treasuries, o que impulsionou o Nasdaq, que subia mais de 1% e cujo desempenho é mais atrelado aos juros. O ING aponta que o relatório validou a cautela do Fed no processo de retirada de estímulos. “Estamos prontos para ver os EUA recuperarem toda a produção perdida durante a pandemia no trimestre atual, mas a devolução de todos os empregos perdidos levará muitos mais meses”, prevê. Em entrevista à Bloomberg, o presidente da distrital de Minneapolis do Fed, Neel Kashkari, também destacou que a criação fraca de empregos expõe a importância da contínua acomodação monetária. No entanto, durante o dia, o movimento diminuiu, e os rendimentos de longo prazo dos Treasuries avançaram.

De olho nos juros, entre os bancos, que tiveram altas relevantes durante a temporada de balanços, um dos destaques foi o Goldman Sachs, com avanço de 1,34%. Um dos resultados foi um dólar mais fraco durante o dia, o que, junto a dados de exportação da China, impulsionou commodities ao longo da sessão. Petroleiras, como Chevron (+0,92%), ExxonMobil (+1,43%) e ConocoPhillips (+2,51%) subiram. A Southern Copper disparou 5,56% em dia de recorde histórico da cotação do cobre em Londres.

Após pressão recente por conta da possível retirada de patentes contra a covid-19, as ações da Moderna recuperaram parte das perdas, com alta de 1,65%. Pfizer (+1,00%) e Novavax (+2,01%) também subiram.

Por Matheus Andrade

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Estadão Conteúdo

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