Mercados

Buffett: decisão de vender ações da Apple ‘provavelmente foi um erro’

Megainvestidor e CEO da gestora Berkshire Hathaway, Warren Buffett disse que a sua decisão de ter vendido parte das suas ações da Apple no quarto trimestre do ano passado “provavelmente foi um erro”. De acordo com ele, no atual ambiente de juros baixos, papéis de grandes companhias de tecnologia são “barganhas” e estão corretamente avaliadas.

“Se os níveis das taxas de juros atuais são os apropriados, então essas ações, mesmo nos preços atuais, são barganhas, pois tem a capacidade de geração de caixa que títulos governamentais hoje não têm”, avaliou o investidor, durante reunião anual com investidores da Berkshire Hathaway.

Ainda sobre a Apple, Buffett destacou a presença “indispensável” dos produtos da companhia na vida dos americanos. De acordo com a CNBC, a companhia tem a maior posição na carteira de investimentos da Berkshire, em investimentos de cerca de US$ 111 bilhões.

Economia melhorando

A economia dos Estados Unidos está em situação muito melhor do que qualquer previsão com “algum grau de certeza” dizia há um ano, afirmou o megainvestidor. Segundo ele, cerca de 85% da economia americana está “correndo em ritmo acelerado”.

Buffett elogiou as ações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Congresso dos EUA ao oferecerem suporte monetário e fiscal, respectivamente, durante o choque da crise do coronavírus. “Quando Powell agiu com a velocidade e decisão com que agiu, isso mudou a situação da economia”, disse o investidor, destacando o papel do presidente do Fed, Jerome Powell.

Perspectivas

Ao fazer uma avaliação sobre as maiores empresas americanas no momento, Buffett destacou que a Berkshire Hathaway é a décima companhia com o maior valor de mercado global, de US$ 587 bilhões. No topo estão Apple, Saudi Aramco, Microsoft, Amazon, Alphabet e Facebook. “Das 6 primeiras, 5 são norte-americanas. Isso não é um acidente, é porque somos fortes e o sistema funcionou inacreditavelmente bem”, ressaltou.

Buffett ainda comparou o avanço no valor de mercado das maiores empresas mundiais em 1989 e os atuais. Na época, o Industrial Bank of Japan liderava o ranking, valendo US$ 104 bilhões. Hoje, a Apple encabeça a lista, avaliada em US$ 2,05 trilhões. O CEO da Berkshire Hathaway ainda projetou que é provável que poucas das 20 empresas mais valiosas do mundo integrem esta lista nas próximas décadas.

Por Gabriel Caldeira

Estadão Conteúdo

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