O dólar operou a maior parte do dia com oscilações contidas, firmando queda apenas perto do fechamento, para encerrar no menor nível desde 20 de janeiro. A moeda norte-americana operou volátil, alternando altas influenciadas pelo exterior, em dia de pressão nos juros longos americanos, e baixas com relatos de fluxo externo vindo para o Brasil, refletindo a semana com empresas abrindo capital, como a Boa Safra Sementes e a Caixa Seguridade, captações externas e na sexta-feira, 30, a privatização da fluminense Cedae.
No fechamento, o dólar à vista encerrou a quinta-feira com queda de 0,47%, a R$ 5,3365. No mercado futuro, o dólar para maio, que vence na sexta e tem liquidação na segunda-feira, tinha leve baixa de 0,04% às 17h40, a R$ 5,3450, mas chegou na mínima a cair a R$ 5,32.
Desde meados de abril o real engatou melhora em ritmo mais intenso que seus pares, saindo de níveis acima de R$ 5,60 para R$ 5,33 hoje, destaca a analista de moedas e emergentes do Commerzbank, Melanie Fischinger. Até então, ao contrário, o real vinha sendo em 2021 uma das piores moedas de emergentes.
Enquanto divisas pares do Brasil voltaram a patamares de antes de pandemia, ou ao menos a números próximos, o real ainda está bem distante, cita Fischinger.
A aprovação do Orçamento de 2021 sem romper o teto, a sinalização esta semana de avanço da reforma tributária, mesmo que fatiada, e da administrativa, além da perspectiva de elevação dos juros pelo Banco Central estão contribuindo para retirar pressão do câmbio, avalia a analista. “Mas permanecemos céticos”, observa, citando que gastos foram deixados fora do teto no Orçamento e que a dívida do Brasil segue elevada e acima dos pares, além do que novas pressões para mais gastos podem surgir.
“Até que os investidores estejam convencidos de que haverá prioridade na consolidação das finanças nacionais e na implementação de reformas, o real terá dificuldade de apreciação”, comenta a analista do Commerzbank.
Nesta quinta, o Tesouro divulgou que houve superávit primário em março, R$ 2,1 bilhões, o melhor desempenho para o mês desde 2014 e no teto das estimativas. Contudo, o órgão calcula que a dívida bruta deve fechar o ano em 87,2% do PIB, bem acima da média dos emergentes. Na batalha por mais gastos públicos até agora em 2021, o Congresso está vencendo o governo, ressalta relatório da consultoria TS Lombard.
Há ainda ruídos em Brasília que vêm sendo monitorados pelas mesas de câmbio, mas nesta quinta sem efeitos nas cotações. Entre eles, as discussões sobre a constitucionalidade da autonomia do Banco Central e no Supremo sobre o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste ambiente, o economista e sócio da JF Trust Gestão de Recursos, Eduardo Velho, estima suporte para o dólar em R$ 5,33. O fluxo externo tem ajudado, além do sinal do Federal Reserve que nem começou a discutir a retirada dos estímulos extraordinários e do novo pacote fiscal de Joe Biden, fatores que beneficiam moedas de emergentes.
Por Altamiro Silva Junior
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