O dólar fechou a sexta-feira, 23, em alta, em um movimento de realização de ganhos, devolvendo parte da queda recente, mas acumulou baixa de 1,6% nos últimos cinco dias. Foi a quarta semana consecutiva de desvalorização ante o real, impulsionada pela maior propensão do investidor internacional a tomar risco, por conta das quedas das taxas de retorno dos juros longos americanos, o que tem trazido fluxo de capital externo para o país.
A resolução do imbróglio do Orçamento, que já durava quase um mês, também teve peso decisivo na melhora do real e a expectativa nas mesas é que agora a agenda de reformas volte a andar, embora a preocupação fiscal siga no radar.
No encerramento da semana mais curta, o dólar terminou cotado em R$ 5,4973, em alta de 0,78%. No mercado futuro, era negociado com ganho de 0,68%, a R$ 5,4880 às 17h30.
Apesar de ter deixado gastos extra teto no orçamento, em nível acima do esperado, o fato de o governo ter encontrado uma solução para a novela envolvendo o texto sem decretar o estado de calamidade acabou dando algum alívio para os mercados, avalia a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, em sua carta semanal.
No caso do câmbio, a economista destaca ainda o crescimento das exportações este mês, ajudado pelas vendas da safra de soja, com superávit comercial de R$ 3 bilhões até a terceira semana do mês. Pela frente, a perspectiva de fluxo via comércio exterior é boa, por conta da exportação da safra de grãos e minério que acontecem em momento de alta dos preços das commodities.
Para o economista de América Latina da Capital Economics, Nikhil Sanghani, a sanção do orçamento por Bolsonaro traz alívio porque “tira o governo de uma buraco” e resolve a questão “por ora”, deixando um ambiente que pode ser positivo para reformas. Por isso, o alívio no câmbio. Mas o orçamento mostra um Congresso propenso a querer mais gastos e o governo ainda teve que cortar despesas que podem afetar o funcionamento da máquina pública pela frente.
O resultado, observa Sanghani, é que o risco fiscal segue alto no Brasil, e deve continuar tendo efeito nos prêmios de risco, pressionando o câmbio, que deve fechar o ano em R$ 5,75, segundo previsões da consultoria. A Fitch Ratings também elogiou a preservação do teto de gastos pelo governo, mas alertou para a situação fiscal frágil do país, que precisa ser ajustada.
Por Altamiro Silva Junior
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