O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 5,8 pontos na passagem de fevereiro para março, para 77,1 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o IAEmp caiu 2,8 pontos. “Em março, o IAEmp manteve sua trajetória de queda de forma mais intensa. Essa tendência de piora dos indicadores de mercado de trabalho em 2021 é justificada pelo agravamento do quadro da pandemia e as consequentes medidas restritivas. O retorno para um caminho de recuperação ainda depende da velocidade do programa de vacinação e da melhora da atividade econômica”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) diminuiu 0,2 ponto em março ante fevereiro, para 99,1 pontos. “O ICD ficou relativamente estável em março, mas é importante considerar o elevado patamar que o indicador se encontra. O resultado sugere que a taxa de desemprego deve se manter em níveis historicamente altos no primeiro semestre de 2021 e ainda sem perspectiva de melhora no curto prazo. Com o andamento da vacinação, os números podem ser mais positivos, ou menos negativos, na segunda metade do ano”, de acordo com Tobler.
O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto menor o patamar, menos satisfatório o resultado.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
No IAEmp, todos os sete componentes recuaram em março, com destaque para o que mede o emprego local dos consumidores (-15,2 pontos) e o que avalia a situação atual no setor de serviços (-12,4 pontos).
No ICD, a queda foi puxada pelas duas faixas de renda familiar mais elevadas. A maior contribuição foi da classe familiar com renda superior a R$ 9.600.00 mensais (-2,6 pontos), seguida pelas famílias com renda entre R$ 4.800.00 e R$ 9.600.00 (-0,6 ponto).
Por Daniela Amorim
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