O ex-diretor do Banco Central (BC) Luís Fernando Figueiredo considera que os ativos brasileiros negociados em bolsa tornaram-se o “lixo do mundo” em razão de descontos sofridos pela forma como o País tem administrado a crise sanitária.
Na avaliação de Figueiredo, que é sócio-fundador da Mauá Capital, a análise dos ativos brasileiros deve ser feita mais do ponto de vista local do que internacional, tendo em vista o risco fiscal causado por um déficit estrutural das contas públicas, que gera uma “dívida gigante”.
“A gente não pode imaginar que, na situação atual, o Brasil vai ficar correlacionado ao mundo ou aos emergentes porque a maneira como tem sido conduzido tem sido um desastre. Não é por outra razão que os ativos brasileiros são o lixo do mundo de tão descontados”, comentou Figueiredo durante participação no Encontro Daycoval – Perspectivas Econômicas e de Investimentos para o Brasil 2021, evento que tem apoio do Broadcast e do Estadão.
“Eu dou mais valor para o que está acontecendo aqui dentro, que é muito ruim e dramático … Os ativos já embutem muito risco, muita incerteza para frente, fiscal, inflacionária”, complementou Figueiredo.
Por outro lado, o sócio da Mauá considerou que o risco ao crescimento econômico parece ser menor “até onde a vista alcança”. Por isso, a gestora vê maior potencial de ativos mais ligados à economia real. “A gente tem se posicionado mais nesta linha do que em renda fixa e moedas”, disse.
Por Eduardo Laguna
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