Mercados

Juros zeram queda com piora do câmbio; curtos sobem e longos ficam estáveis

Os juros futuros não sustentaram o movimento de queda iniciado ainda na quinta-feira e fecharam a sexta-feira entre a estabilidade nos contratos longos e alta nos demais vértices. As taxas acompanharam a deterioração geral vista nos demais ativos e inverteram a direção na última hora da sessão regular, com o dólar renovando máximas acima de R$ 5,75 e o rendimento da T-Note de 10 anos voltando a se aproximar de 1,7%.

Até então, a mensagem do Banco Central, na quinta, de que a normalização da Selic não deve levá-la até o nível neutro e a aprovação do Orçamento, ainda que o texto tenha sido enfraquecido do ponto de vista fiscal, produziam alívio de prêmios, além do fato de as taxas já terem subido muito nos últimos dias.

Ainda que nesta sexta os curtos tenham tido desempenho pior do que os longos, no balanço da semana a curva teve ganho importante de inclinação, de cerca de 50 pontos. Por outro lado, no fim do dia, as apostas de aperto de 1,25 ponto porcentual na Selic no Copom de maio voltaram a ganhar espaço em relação ao cenário da manhã, mas ainda seguem minoritárias.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 4,676% na quinta para 4,725% e a do DI para janeiro de 2025 encerrou a sessão regular em 8,11%, de 8,05% no ajuste de quinta. A do DI para janeiro de 2027 terminou em 8,69%, de 8,674%.

Os juros começaram o dia dando sequência ao movimento de quinta, com taxas em baixa firme, de mais de 10 pontos no trecho longo, favorecidos por um ambiente mais ameno após a aprovação do Orçamento no Congresso. A contabilidade “criativa” pela qual passou o texto para o encaixe de bilhões de reais em emendas parlamentares foi relevada pelo mercado, que olhou o copo meio cheio.

“Ficou mais o lado de que o Orçamento passou e agora é ‘página virada’, mas com muitas dúvidas sobre transparência e o fato de que terá de fazer um contingenciamento grande”, disse o estrategista da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi.

O Balanço de Pagamentos de fevereiro, com déficit menor do que o previsto e salto no Investimento Direto no País (IDP) muito acima do previsto, embora não tenha tido efeito diretamente nas taxas, contribuiu para encorajar a tomada de risco. “O mercado vinha tão estressado que chega uma hora que qualquer coisa ajuda”, afirmou Caramaschi.

À tarde, com maior pressão dos Treasuries afetando o dólar, a moeda americana passou a renovar máximas ante o real, enfraquecendo a Bolsa e zerando a queda dos juros, a despeito do noticiário positivo sobre vacinas contra covid-19 anunciado nesta sexta pelos governos federal e de São Paulo, de imunizantes 100% nacionais já em desenvolvimento.

Por Denise Abarca

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

14 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

14 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

16 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

17 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

18 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

18 horas ago