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Dólar fecha em alta de 1,25% com preocupação fiscal, pandemia e Treasuries

A acelerada do dólar à máxima de R$ 5,7568 na sessão desta sexta-feira indicou o maior valor desde dia 9 de março (R$ 5,7974). Segundo especialistas em câmbio, houve um conjunto de fatores, principalmente de ordem doméstica, muito embora também tenha refletido o avanço do rendimento dos títulos do Tesouro americano com prazos de vencimento mais longos em meio às perspectivas para recuperação mais acentuada da economia dos Estados Unidos, impulsionada pelo acelerado processo de vacinação contra a covid-19.

Sem qualquer atuação do Banco Central, o dólar à vista encerrou com alta de 1,25%, cotado a 5,7413.

Pontos de tensão seguem no radar dos investidores como as manobras fiscais, vistas na quinta-feira à noite para a aprovação do Orçamento de 2021, a pandemia descontrolada – dentro do entendimento de que serão requeridos mais gastos – e ainda a indicação pelo próprio Banco Central de que o ritmo de normalização da política monetária não deve ser tão forte como estava sendo precificado, mantendo, assim, o baixo diferencial de juros com o exterior.

“Já se discute o retorno do estado de calamidade, o que dá um novo cheque em branco para gastos. Ou seja, um retorno à situação vista em 2020”, diz Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais. “Há motivos do ponto de vista monetário, político e econômico. Os três trabalhando juntos para a desvalorização da moeda hoje”, complementou Sichel.

Nem notícias sobre a fabricação de vacinas nacionais aliviou a tensão dos investidores nesta sexta-feira que faz parte de um período de feriados antecipados, com prorrogação do estado emergencial até 11 de abril.

Nesta sexta-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou pela manhã nova vacina produzida pelo Instituto Butantan contra a covid-19. Batizada de Butanvac, o imunizante foi desenvolvido em solo nacional e terá o pedido para fase de testes clínicos protocolado nesta tarde junto à Agência Nacional de Vigilância (Anvisa).

Além disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ter mais uma vacina brasileira em desenvolvimento com a Universidade de São Paulo.

Por Simone Cavalcanti

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Estadão Conteúdo

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