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Diante de preocupações com fiscal, dólar fecha em alta de 2,25%, a R$ 5,6396

O real engrenou nesta quarta-feira em nova trajetória de desvalorização frente ao dólar por temores domésticos pelas preocupações com o descontrole fiscal, os efeitos da pandemia na economia local e, do ponto de vista técnico, pela pressão por saída de recursos pela via financeira, de acordo com profissionais que acompanham o câmbio. A moeda local, que já desvalorizou cerca de 8% só neste ano, também seguiu em boa medida o caminho de seus pares de países emergentes, que perderam valor diante da divisa americana.

Na sessão desta quarta, o dólar voltou a operar acima da faixa dos R$ 5,60, encerrando o dia no spot em alta de 2,25%, a R$ 5,6396.

Para Otávio Aidar, estrategista-chefe e gestor de moedas da Infinity Asset, o país está em um momento complicado da pandemia e, com isso, voltam as preocupações sobre a trajetória fiscal e o aumento da relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB), próxima de 100%.

“(Estamos) voltando para as mesmas discussões – já estão discutindo que precisamos de novo auxílio e nem foi pago o benefício ainda”, disse logo após a notícia relatando que em carta aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), governadores de 16 Estados pedem que o Congresso disponibilize recursos necessários para que os valores da nova rodada do auxílio emergencial sejam superiores aos estabelecidos pelo governo federal em medida provisória, de R$ 175, R$ 250 e R$ 375.

Eles defendem que a reedição do socorro a vulneráveis na pandemia repita a quantia mensal de R$ 600 e os critérios de acesso adotados nos oito desembolsos feitos em 2020.

Samar Maziad, vice-presidente da Moody’s, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), disse que, mesmo que o Banco Central suba juros, segue a necessidade de consolidação fiscal, uma vez que, para ela, a lenta vacinação no Brasil pode elevar a demanda por gastos, tendo pressão negativa na nota de crédito do País. Ela afirmou ainda não estar segura de que haverá grandes progressos na reforma tributária ainda neste ano.

De acordo com Aidar, o país está às vésperas de uma nova desaceleração da atividade econômica, só que, desta vez, com o Banco Central subindo juros. “Temos a moeda local muito mais depreciada do que deveria e, ao mesmo tempo, a dificuldade porque a inflação andou e isso por conta da depreciação cambial”, disse, afirmando que o indicador da Asset indica que o real é a moeda que mais sofre na comparação com uma cesta de moedas emergentes.

Por Simone Cavalcanti

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Estadão Conteúdo

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