Press "Enter" to skip to content

Juros futuros sobem com alta de rendimentos dos Treasuries e risco fiscal

(Foto: Steve Buissinne/Pixabay)

Os juros futuros fecharam em alta consistente nesta quinta-feira, 25. A nova escalada do retorno dos Treasuries continuou penalizando a curva de juros brasileira e hoje também as moedas emergentes com o dólar superando os R$ 5,50. Com a T-Note de dez anos atingindo 1,50% no intraday e, aqui, com o noticiário negativo sobre o andamento da PEC Emergencial, a curva seguiu bastante inclinada, sem espaço para reações positivas aos dados fiscais melhores do que a mediana das estimativas.

—> Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito, todos os dias, em seu e-mail

Na avaliação dos profissionais, tudo conspira para o Banco Central começar imediatamente o ciclo de contração da Selic com aumento de 0,50 ponto porcentual, aposta que já aparece com 80% de probabilidade para o Copom de março na curva. Nesse cenário de estresse no exterior, o Tesouro reduziu drasticamente a oferta de prefixados longos no leilão.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,66% (regular) e 3,625% (estendida), de 3,523% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 5,307% para 5,46% (regular) e 5,45% (estendida). O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 7,17% (regular) e 7,14% (estendida), de 7,005%, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 7,694% para 7,84% (regular) e 7,80% (estendida).

Para Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Terra Investimentos, a curva americana sobe com o mercado “tentando adivinhar por quanto tempo o juro fica nos atuais níveis” na medida em que avançam as negociações e a pressão do Congresso pelo pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão. “O Fed está tentando ganhar no discurso, mas não está conseguindo”, disse.

Ao fator externo, somou-se a frustração com o andamento da PEC do auxílio emergencial, cuja votação no Senado era esperada para hoje, mas foi adiada para quarta-feira (3). Cresce ainda a pressão pelo fatiamento da proposta, que dê prioridade ao pagamento do benefício antes da definição das contrapartidas fiscais. O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, explicou que a abertura de um crédito extraordinário para o pagamento do benefício exige a suspensão de regras fiscais por meio da aprovação da PEC. “É preciso atacar o teto, suspender a meta de primário e lidar com a regra de ouro. Para isso, é preciso aprovar a PEC Emergencial e só então andar com o processo”, respondeu. O secretário-adjunto do Tesouro, Otávio Ladeira, acrescentou que “não há espaço” para se fazer isso de forma diferente.

Nesse contexto, as boas notícias do dia ficaram em segundo plano. A arrecadação de R$ 180,221 bilhões de janeiro superou a mediana das estimativas, de R$ 175 bilhões, e também o superávit do governo central, de R$ 43,219 bilhões em janeiro, veio melhor do que o consenso de R$ 39,7 bilhões.

A aversão a ativos de risco levou o Tesouro a reduzir a oferta de NTN-F para 300 mil papéis, de 2 milhões na semana passada. Em compensação, elevou o lote de LTN, de 14 milhões para 19,5 milhões. Tudo foi colocado integralmente, até mesmo o lote de até 500 mil LFT.

Por Denise Abarca

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Be First to Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *