Mercados

Taxas ficam de lado, à espera de definição sobre auxílio emergencial

A maioria dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fechou o dia com taxas perto da estabilidade, com viés de alta, diferentemente do que foi visto de manhã, quando oscilavam com sinal de queda. A pouca movimentação refletiu o compasso de espera pela definição do auxílio emergencial, com a curva reagindo pontual e moderadamente a declarações de autoridades sobre o tema durante o dia. Pela manhã, o viés de baixa era amparado na oferta menor de prefixados longos do Tesouro em relação à semana passada e, à tarde, passada a operação, as taxas foram para os ajustes, sob leve pressão altista. A pesquisa de serviços não chegou a influenciar os negócios, enquanto a aprovação do projeto de autonomia do Banco Central já estava precificada, embora não deixasse de ter sua importância reconhecida.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 terminou a sessão regular e a estendida em 6,43% e 6,42%, de 6,395% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 fechou a regular em 4,875% e a estendida em 4,865%, de 4,866% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2027 terminou em 7,12% (regular e estendida), de 7,094%. Na contramão das demais, o DI para janeiro de 2022 caiu de 3,367% para 3,34% (regular) e 3,32% (estendida).

De acordo com o estrategista da Tullett Prebon Vinicius Alves, o mercado oscilou ao sabor do noticiário sobre o auxilio, mas com movimentos moderados enquanto não sai a definição sobre como ficará o programa. “O mais relevante é saber qual será a contrapartida fiscal”, disse. A partir do que têm dito os líderes do Executivo e do Legislativo, o mercado tenta se antecipar, mas sem convicção.

Enquanto a fala do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi bem recebida, a do presidente Jair Bolsonaro gerou cautela. De acordo com o senador, as equipes irão avançar o feriado de carnaval para apresentar um benefício “matematicamente e economicamente possível”. Já Bolsonaro afirmou que o governo deve lançar uma nova rodada por até “quatro meses” a partir de março. “O mercado trabalhava com a ideia de três meses”, disse Vinicius Alves.

As mesas de renda fixa também acompanharam a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento do JPMorgan, com declarações consideradas “dovish”. “Pareceu preocupado com a atividade que, realmente, neste começo de ano, foi para a lama, e o BC pode ter de ser mais cauteloso no aperto da Selic“, disse Alves.

Campos Neto afirmou que há sinais claros de desaceleração da atividade na margem. “Teremos um resultado abaixo do que era esperado no primeiro trimestre do ano. Continuamos com muita incerteza, não sabemos como a mobilidade está atuando. Os dados das próximas semanas nos darão a dimensão dessa desaceleração”, afirmou. Quanto ao fiscal, voltou a alertar que uma nova onda de programas emergenciais precisa ter uma contrapartida.

Por Denise Abarca

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Estadão Conteúdo

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