O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que a retomada da economia brasileira perdeu um pouco do fôlego no primeiro trimestre de 2021, devido a incertezas com relação à evolução da pandemia de covid-19. Ele repetiu que esse mesmo movimento tem sido visto na maioria das economias.
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“Há novas medidas de lockdown em algumas regiões, os casos voltaram a subir e temos uma nova variante do vírus no Amazonas. Muitos negócios voltaram a abrir, mas ainda há muitas incertezas, afirmou, durante palestra em evento promovido pelo J.P. Morgan.
“A expectativa é de que o segundo semestre de 2021 seja melhor em termos de atividade”, reafirmou, citando também a recuperação forte do emprego formal. Repetindo apresentação feita nesta semana, Campos Neto mencionou ainda a aceleração da inflação implícita nos últimos dias.
Ele citou ainda o avanço da “reflação” nos Estados Unidos e afirmou que o BC tem olhado esse movimento e conversado com outras autoridades monetárias.
No Brasil, os preços dos alimentos também representaram a maior parcela da alta da inflação, causada pelo aumento do consumo possibilitado pelo auxílio emergencial e pela elevação dos preços das commodities. Para o presidente do BC, esse movimento já tem “contaminado” os preços de outros setores da economia.
Mortes na pandemia
O presidente do Banco Central destacou que o Brasil ainda registra mais de mil mortes por covid-19 a cada dia, mas disse esperar que esse número possa começar a cair em breve. “Em termos globais, há ainda muita incerteza sobre o processo de vacinação, sobre novas cepas do novo coronavírus e se as vacinas serão eficientes contra essas novas variedades. Mas há uma redução importante de casos e óbitos em países menores, onde a vacinação avançou mais rapidamente”, completou.
Para Campos Neto, o Brasil não foi muito efetivo na limitação da mobilidade, mas a vacinação começa a ser uma realidade no País com mais doses do imunizante sendo administradas a cada dia. “A vacinação no mundo está indo muito rapidamente, e com a redução de internações e óbitos”, acrescentou.
Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro
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