Mercados

Dólar reduz queda com Senado defendendo auxílio sem aprovar PECs

O dólar operou em queda a maior parte do dia, e chegou a cair a R$ 5,30 no início da tarde. Mas o ritmo de baixa perdeu força após declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sobre a urgência em ter o auxílio emergencial aprovado, talvez já esta semana. O senador descartou até mesmo condicionar o auxílio à entrada em vigor de PECs que estão no Congresso, como quer o ministro Paulo Guedes e como esperam os participantes do mercado.

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Com isso, o real deixou o posto de moeda com melhor desempenho hoje ante o dólar e foi para o lado das divisas com pior performance, chegando a subir pontualmente após as declarações de Pacheco. Ainda no mundo político, as mesas de operação seguem relatando desconforto com a política de preços dos combustíveis da Petrobras ter virado assunto do Planalto, mesmo com Jair Bolsonaro negando qualquer tipo de interferência na petroleira.

No fechamento, o dólar à vista encerrou em baixa de 0,21%, a R$ 5,3726. No mercado futuro, o dólar para março fechou em leve queda de 0,04%, aos R$ 5,3720.

A piora do real na tarde de hoje ocorreu a despeito do exterior positivo, com as Bolsas em novo recorde em Nova York e o dólar caindo de forma quase que generalizada no mercado internacional, em meio a perspectiva de aprovação do pacote fiscal de Joe Biden e a visão de maior crescimento da economia mundial, com o avanço da vacinação e a queda nos casos de covid.

“A paciência que o mercado tem com Brasília não está das mais altas. Brasília não pode patinar, não pode errar”, afirma o responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos, Roberto Motta. “O mercado continua cético na capacidade de o Congresso entregar reformas relevantes este ano. Se Brasília surpreender, será um vento a favor forte”, disse em live nesta tarde. Outro ponto que tem causado ruído, disse Motta, é o problema de comunicação do evento Petrobras, sobre os combustíveis. “Tem muito ruído sobre a Petrobras, muito ruído sobre o auxílio.” Para Motta, o mercado só aceita o auxílio desde que o governo comece a tocar a PEC emergencial e outras reformas.

“Jamais praticaremos qualquer intervenção”, disse Bolsonaro no final da tarde de hoje ao falar da Petrobras. O presidente disse que ainda estava negociando a questão, assim como o auxílio emergencial. Sobre o câmbio, Bolsonaro reconheceu à tarde que o “ideal é o dólar baixar” com as votações ganhando força no Congresso. Mais cedo, o mercado se animou com a sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de pautar o projeto de independência do Banco Central e prometer avançar com a reforma administrativa a partir de amanhã (9).

“Achamos que o compromisso do governo com o teto de gastos irá se enfraquecer”, alerta a consultoria inglesa Capital Economics na tarde desta segunda-feira, ao elevar suas projeções para o dólar no Brasil. A estimativa do câmbio ao final de 2022 passou de R$ 5,33 para R$ 5,75.

Por Altamiro Silva Junior

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Estadão Conteúdo

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