O mercado financeiro opera de olho na cautela internacional e compra dólar nesta quarta-feira (27). O sinal é de alta frente o real, alinhado à valorização da moeda americana no exterior e após queda de mais de 3% ontem nos negócios à vista, quando os investidores precificaram possível antecipação de alta Selic para março, sinalizada pela ata do Copom.
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Os investidores aguardam o Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2021, com as estratégias para a dívida neste ano (14h30) e a decisão de política monetária do Federal Reserve (16h). Agora, monitoram a divulgação dos números do setor externo de dezembro (9h30).
Na terça-feira (26), o dólar à vista caiu a R$ 5,3269 e as taxas curtas subiram, mas as longas tiveram firme alívio em reação, especialmente, ao tom mais conservador da ata do Copom, que fez a curva passar a precificar ao redor de 60% de chance de alta de 50 pontos-base da Selic em março e 40% de aumento de 25p.b.
Com o problema fiscal interno no radar, é negativa a notícia de que o governo pode ficar impedido de pagar salários para não descumprir regra de ouro. Está no radar do investidor também o debate sobre retomada do auxílio emergencial. Ontem no fim do dia, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu que estímulos fiscais sejam compensados por medidas de restrição dos gastos públicos. “A gente tem pouco espaço fiscal sem contrapartida. Existe uma ideia no governo de que se de fato for necessário fazer estímulos fiscais, tem que ter uma contrapartida”, comentou. Essa fala pode ser bem-vista pelo mercado.
No exterior, o índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, ampliou ganhos nesta manhã, à medida que o sentimento nos mercados acionários piorou após nova escalada nas tensões entre a União Europeia e a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca. Às 9h22 desta quarta, o DXY subia 0,38%, a 90,51 pontos, enquanto o euro recuava a US$ 1,2113 e a libra caía a US$ 1,3701.
No mercado local, no mesmo horário acima, o dólar à vista subia 0,99%, a R$ 5,3791, após registrar máxima a R$ 5,3936. O dólar futuro para fevereiro subia 0,44%, a R$ 5,3805, ante máxima em R$ 5,3940.
Por Silvana Rocha
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